Nesta terça-feira, 5, chegou o dia decisivo na batalha dos Estados Unidos pela Casa Branca e pelo controle do Congresso — mesmo que os resultados possam levar dias ou semanas para serem definidos.
A vice-presidente e aspirante democrata à Casa Branca, Kamala Harris, e o ex-presidente republicano Donald Trump estão competindo por sete estados indecisos: Michigan, Pensilvânia e Wisconsin, os três estados que compõem o “muro azul” (de tendência democrata) que ele quebrou em 2016, mas o presidente Joe Biden levou em 2020, e Arizona, Geórgia, Nevada e Carolina do Norte, os quatro swing states (estados-pêndulo, que alternam preferências entre os dois partidos) do Cinturão do Sol.
Se Harris vencer, ela fará história, tornando-se a primeira mulher, a primeira asiático-americana e a primeira negra a ganhar a presidência. Uma vitória de Trump também seria histórica: ele se juntaria a Grover Cleveland como os únicos presidentes a cumprir mandatos não consecutivos. Ele faria isso depois de se tornar o único ocupante do Salão Oval a sofrer impeachment duas vezes e o único ex-presidente a ser condenado por crimes graves.
As “miragens” vermelhas e azuis
Quatro anos atrás, quando Trump questionou a legitimidade das cédulas enviadas pelo correio, as primeiras horas após o fechamento das urnas mostraram uma “miragem vermelha” em vários estados indecisos importantes. Isso significa que os resultados iniciais pareciam melhores para ele do que mostraram os resultados finais, dias depois.
Uma “miragem” nos resultados eleitorais normalmente é consequência de vários fatores, incluindo geografia (condados pequenos e rurais que tendem a favorecer os republicanos têm menos votos para contar e, portanto, emitem resultados mais rapidamente) e os tipos de cédulas sendo contadas — votos enviados por correio são computados mais tarde, algo a ter em mente.
Estados e condados também costumam contar e computar um tipo de cédula por vez — votos antecipados, votos no dia da eleição e cédulas enviadas pelo correio. Quando um partido tende a ter um desempenho melhor com um determinado método, como os democratas fizeram com a votação pelo correio em 2020, os resultados podem mudar .
Outro fator — e que ajuda a explicar por que um estado do tamanho da Flórida computa seus resultados tão rapidamente — é como as cédulas pelo correio são processadas.
Os estados definem suas próprias regras sobre quando as cédulas pelo correio podem ser abertas. Dois estados do “muro azul”, Pensilvânia e Wisconsin, proíbem funcionários eleitorais locais de começarem a processar as cédulas até o dia da eleição, retardando o processo de contagem em comparação a estados como a Flórida, onde elas são abertas antes.
Outros swing states fizeram mudanças desde 2020. Na Geórgia, uma nova lei provavelmente levará a menos votos pelo correio e mais votos antecipados, o que pode significar resultados mais rápidos. Na Carolina do Norte, os votos pelo correio não são mais aceitos após o dia da eleição. E como a maioria dos votos pelo correio e antecipados será contada primeiro lá, o estado pode ver uma “miragem azul”.