O ministro do Gabinete de Guerra em Israel, Benny Gantz, renunciou ao cargo no governo de emergência israelense neste domingo, 9. Ele já havia ameaçado deixar o cargo no último mês de maio devido à falta de uma estratégia pós-guerra para a Faixa de Gaza. Gantz é centrista e adversário político de Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel. Com a saída dele, o premiê perde o apoio do Unidade Nacional, um bloco moderado que havia o ajudado a fortalecer o seu governo quando o grupo terrorista Hamas atacou Israel em outubro de 2023.
Gantz deixa o governo de emergência um dia depois de uma operação das Forças de Defesa de Israel (FDI) que salvou quatro reféns israelenses em Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza. O resgate causou a morte de outros três reféns, segundo o grupo terrorista Hamas. “Estamos deixando o governo de unidade com o coração pesado”, disse Gantz em um discurso televisionado. “Netanyahu está nos impedindo de avançar rumo a uma verdadeira vitória. É por isso que estamos deixando o governo de emergência hoje. “Decisões estratégicas fatais são recebidas com hesitação e procrastinação devido a considerações políticas”, afirmou.
O gabinete de guerra era formado por Netanyahu, Gantz e Yoav Gallant, ministro da Defesa de Israel. O revés, no entanto, ainda não representa uma ameaça ao governo do premiê israelense. Netanyahu controla 64 das 120 cadeiras do Parlamento local. O Unidade Nacional possui 8 parlamentares e defenda a antecipação das eleições. O movimento de saída do governo de Netanyahu faz os partidos ultranacionalistas — que defendem a reocupação militar na Faixa de Gaza — ganharem ainda mais relevância no governo.
Em post no X (antigo Twitter), o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu escreveu que “não é hora de abandonar a batalha”. “Israel está envolvido em uma guerra existencial em várias frentes. Benny, não é hora de abandonar a batalha, é hora de unir nossas forças”, disse.