O ministro do Interior da Alemanha, Horst Seehofer, está sob pressão para renunciar por causa da notícia do suicídio de um refugiado afegão deportado na semana passada. Outros 68 cidadãos do Afeganistão seguiram de volta ao país depois da adoção de regras mais rigorosas para a imigração pelo governo alemão.
Depois de ter se vangloriado do aumento no ritmo de deportações de pessoas cujos pedidos de refúgio foram rejeitados e de ter comemorado a repatriaçãode 69 afegãos no dia de seu 69º aniversário, Seehofer recebeu a notícia do suicídio de um dos deportados.
“Recebemos a confirmação das autoridades afegãs, nesta manhã, de que um dos passageiros do voo de repatriação foi encontrado morto em uma acomodação em Cabul”, disse um funcionário do Ministério do Interior à imprensa. “De acordo com as autoridades afegãs, foi um suicídio.”.
O ministro faz parte do União Social-Cristã (CSU), uma das legendas da coalizão de governo liderada pelo Partido Social-Democrata (SPD), de Merkel. A CSU ganhou maior projeção na aliança de sustentação do gabinete da chanceler em uma estratégia política de impedir o avanço dos partidos de extrema direita nas próximas eleições regionais.
Também é uma das principais vozes em favor de restrições mais duras contra a imigração do gabinete da chanceler alemã, Angela Merkel, que se opõe a essa política. Na terça-feira, ele lançou o Plano-Mestre para a Imigração, que se choca com a política de portas abertas mantida por Merkel desde o auge da crise de refugiados, em 2015.
Não houve nenhum comentário imediato de Seehofer. Mas Gyde Jensen, parlamentar do partido liberal Democratas Livres e chefe do comitê de direitos humanos da legislatura, exigiu a saída de Seehofer.
“Qualquer um que comemore 69 deportações em seu 69º aniversário está no emprego errado”, disse ela, em um comunicado. “Quantos descarrilamentos mais a coalizão precisa para demitir o ministro do Interior… o limite foi alcançado”.