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Militares venezuelanos apreendem gaze e soro enviados por brasileiros

Médicos têm usado ambulâncias que cruzam a fronteira para transportar medicamentos e insumos básicos para ajudar no tratamento de feridos

Por Leandro Resende, de Pacaraima
Atualizado em 25 fev 2019, 12h35 - Publicado em 25 fev 2019, 11h34

Militares da Guarda Nacional Bolivariana apreenderam neste domingo, 24, pacotes de gaze e soro enviados por médicos brasileiros. A ação ocorreu no retorno da ambulância que trouxe feridos da cidade de Santa Elena de Uairén, na Venezuela, para o hospital Delio Tupinambá em Pacaraima, Roraima.

Diante da proibição do envio de remédios do Brasil para a Venezuela, médicos dos dois países se uniram em uma alternativa: a cada vez que a única ambulância de Santa Elena cruza a fronteira e chega a Pacaraima com feridos, retorna para Venezuela levando uma pequena quantidade de medicamentos.

Anti-inflamatórios e antibióticos já foram enviados para o hospital venezuelano mais próximo, em Santa Elena, onde há dezenas de pessoas feridas.

Ambulâncias do SAMU em Pacaraima, Roraima
Ambulâncias do SAMU em Pacaraima, Roraima (Rodrigo Salles/VEJA.com)

De acordo com o relato de médicos venezuelanos, as ambulâncias são revistadas quando retornam de Pacaraima. No domingo, um pacote grande de gaze e cerca de 10 litros de soro fisiológico foram apreendidos pelos militares.

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“Mandamos esses insumos no sábado e, no domingo, os médicos da ambulância disseram que perderam o material. É triste, pois se eles já trouxessem os baleados no mínimo com as feridas limpas, já ajudaria nosso trabalho”, explicou Alshedsson de Jesus, diretor do hospital de Pacaraima.

Fronteira Brasil-Venezuela
Alshedsson de Jesus (Rodrigo Salles/VEJA.com)

Desde a última quinta-feira 21, 22 venezuelanos deram entrada no hospital brasileiro. Só no domingo, o hospital atendeu nove pessoas feridas por arma de fogo, todas já transferidas para Boa Vista, capital de Roraima.

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O governador Antônio Denarium anunciou que decretará estado de calamidade na saúde pública de Roraima após o agravamento dos conflitos na Venezuela.

“Nós já estávamos com a situação crítica na saúde aqui no estado de Roraima e, com a onda de violência na Venezuela, essa crise se agravou mais ainda”, afirmou em coletiva de imprensa no domingo. O decreto já foi assinado e deverá ser publicado na edição desta segunda-feira, dia 25, do Diário Oficial do estado.

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