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Conflitos de sábado na fronteira deixaram 3 mortos e 295 feridos, diz ONG

Nicolás Maduro utilizou paramilitares em nove estados para reprimir as manifestações de civis a favor da entrada de ajuda humanitária na Venezuela

Por Julia Braun Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 25 fev 2019, 09h37

Um levantamento preliminar elaborado pela organização não-governamental Observatorio Venezolano de Conflictividad Social (OVCS) estimou que os conflitos registrados nas fronteiras da Venezuela com o Brasil e a Colômbia no último sábado 23 deixaram ao menos 3 mortos e 295 feridos.

Segundo a ONG, as manifestações protagonizadas por venezuelanos e cidadãos dos países vizinhos foram reprimidas em ao menos 12 estados da Venezuela. “Esta situação deixou 295 feridos, principalmente por ferimentos a bala, substâncias tóxicas e tratamento cruel, desumano ou degradante”, afirma o relatório.

Foram confirmados os assassinatos de três pessoas na cidade de Santa Elena de Uairén, na divisa com Roraima. As vítimas são José Hernández, de 26 anos; Emir Barreto de 20 anos e Cheo Alexis Fernández Suárez, de 40 anos. Todos morreram por ferimentos de bala.

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Além disso, segundo Marco Antonio Ponce, coordenador do OVCS, existem relatos de outras quatro pessoas mortas nos estados de Bolívar e Táchira. Elas ainda não haviam sido identificadas até a publicação do relatório, por isso não foram incorporadas no levantamento geral.

Os conflitos entre militares e civis pela entrada de ajuda humanitária na Venezuela continuaram neste domingo, 24. Segundo o relato de Emilio González, prefeito de Gran Sabana, municipalidade próxima a Roraima, os confrontos deixaram cerca de 25 mortos desde a última sexta-feira 22.

O número de vítimas informado por González, contudo, não foi confirmado por órgãos oficiais.

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Na sexta-feira, uma mulher morreu e ao menos 12 ficaram feridas depois que soldados venezuelanos abriram fogo contra um grupo de civis que tentavam manter aberta uma passagem na região da fronteira entre a Venezuela e o Brasil na comunidade indígena de Kumarakapai.

A vítima foi identificada pela oposição ao governo de Nicolás Maduro como Zorayda Rodriguez, de 42 anos. O deputado Américo De Grazia havia informado que outro homem, Rolando García, morreu no confronto. Segundo a Secretária Estadual de Saúde de Roraima, contudo, García está internado no Hospital Geral de Boa Vista.

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Na última quinta-feira 21, Maduro ordenou que a fronteira da Venezuela com o Brasil fosse fechada, impedindo assim a entrada de ajuda humanitária vinda de Roraima. No sábado 23, também bloqueou a divisa com a Colômbia.

O encaminhamento das doações é apoiado por Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional, que se autoproclamou chefe de Estado interino da Venezuela e conta com o apoio de países como Brasil e Estados Unidos, além da União Europeia – que consideram fraudulentas as eleições que elegeram Maduro.

No sábado, o líder chavista também anunciou o rompimento das relações diplomáticas com a Colômbia e ordenou a expulsão dos diplomatas desse país.

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Repressão por paramilitares

Também de acordo com o OVCS, o governo chavista utilizou grupo paramilitares em pelo menos nove estados do país para reprimir as manifestações de civis a favor da entrada das doações na Venezuela.

“A repressão foi realizada por funcionários da Polícia Nacional Bolivariana (PNB); da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) e civis armados pró-governo, chamados grupos paramilitares, que impõem o medo ou o terror como estratégia de controle social e perseguem vizinhos e líderes comunitários”, diz o relatório.

Esses coletivos atuaram em Anzoátegui, Apure, Bolívar, Carabobo, Lara, Táchira, Yaracuy, Zulia e no Distrito Capital, onde fica Caracas. Em todos os locais os paramilitares utilizaram armas de fogo contra a população.

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“Queremos enfatizar que esta não é uma prática isolada. Desde 2014, um padrão de violência contra manifestações tem sido usado na Venezuela, por meio de órgãos estatais e grupos civis que respondem aos interesses dos que estão no poder há duas décadas “, disse o coordenador do OVCS.

As milícias armadas são uma herança do governo de Hugo Chávez na Venezuela. Tornaram-se defensores do governo e trabalham lado a lado com as Forças Armadas venezuelanas e com o partido do governo (PSUV), que assegura o seu financiamento.

Apesar de tornarem as favelas venezuelanas mais seguras para aqueles que lá moram, são sobretudo conhecidos pelos casos de extorsão, tráfico de droga e, acima de tudo, pela violência que exercem.

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