‘Migrante não é criminoso’: Colômbia e México recusam voos dos EUA com deportados
Gustavo Petro, presidente da Colômbia, disse que mandou de volta aviões militares americanos que transportavam imigrantes colombianos
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, disse neste domingo, 26, que recusou a entrada de aviões dos Estados Unidos que transportavam imigrantes deportados de volta para o país. “Um migrante não é um criminoso e deve ser tratado com a dignidade que um ser humano merece”, escreveu o presidente em sua conta na rede social X. “Por isso mandei de volta os aviões militares americanos que estavam transportando migrantes colombianos”.
O presidente não detalhou quantos voos americanos pretendiam aterrissar na Colômbia nem quantos imigrantes transportavam. “Não posso fazer com que os migrantes fiquem em um país que não os quer, mas se esse país devolvê-los, deve ser com dignidade e respeito por eles e por nosso país”, afirmou Petro.
Na sexta-feira, 24, o México também não permitiu que uma aeronave militar americana pousasse no país. Mas o Ministério das Relações Exteriores do país não explicou a recusa. Em nota enviada à agência de notícias Reuters, o órgão disse que tem um “relacionamento muito bom” com os Estados Unido e que “quando se trata de repatriações, sempre aceitaremos a chegada de mexicanos ao nosso território de braços abertos”.
Desde que assumiu a presidência, na última segunda, Donald Trump assinou uma série de ordens executivas para combater a imigração ilegal e aumentar o ritmo de deportações de estrangeiros irregulares nos EUA.
Na noite de sexta-feira, 88 brasileiros deportados dos Estados Unidos pousaram em Manaus. A aeronave seguiria para Confins, em Minas Gerais, mas teve problemas técnicos no ar-condicionado durante o trajeto. O governo brasileiro optou por buscar o grupo em Manaus, pois os oficiais americanos insistiam que os deportados completassem a viagem até Minas algemados.
Em nota oficial divulgada neste domingo, o Itamaraty considerou a postura americana como “inaceitável”, e disse que vai encaminhar pedido de esclarecimento sobre o ocorrido para o governo americano. “O uso indiscriminado de algemas e correntes viola os termos de acordo com os EUA, que prevê o tratamento digno, respeitoso e humano dos repatriados”, disse a nota.
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