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Mercosul assina com Singapura primeiro acordo do bloco em 12 anos

Em 2022, país foi segundo principal mercado das exportações brasileiras no continente asiático, atrás apenas da China

Por Caio Saad Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 7 dez 2023, 17h05 - Publicado em 7 dez 2023, 17h05
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  • No segundo dia de Cúpula do Mercosul, no Rio de Janeiro, países membros assinaram nesta quinta-feira, 7, o acordo de livre comércio com Singapura, o primeiro do bloco em doze anos e o primeiro com um país asiático.

    Singapura é um dos principais destinos das exportações do Mercosul e importante parceiro de investimentos do bloco. A corrente de comércio, em 2022, foi de aproximadamente US$ 10 bilhões. O documento possui compromissos em matéria de comércio de bens e serviços, investimentos, micro e pequenas empresas, compras governamentais, propriedade intelectual e medidas sanitárias e fitossanitárias, destacou o Itamaraty.

    + UE e Mercosul dizem estar ‘engajados’ para concluir acordo comercial

    Desde sua criação, em 1991, o Mercosul fechou apenas três acordos de livre comércio com países de fora da região: Israel, em 2007; Egito, em 2010, e Palestina, em 2011.

    No comércio com o Brasil, Singapura foi, em 2022, o sétimo principal destino das exportações brasileiras no mundo, com vendas no valor de aproximadamente US$ 8,4 bilhões, segundo dados do Ministério das Relações Exteriores. Singapura também foi o segundo principal mercado das exportações brasileiras na Ásia, atrás apenas da China.

    Na segunda-feira, durante o primeiro dia de cúpula, o acordo foi elogiado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin como uma “porta de entrada para a Ásia” e uma forma de favorecer investimentos e fluxos de tecnologias e serviços.

    Mercosul-União Europeia

    Embora houvesse expectativas de que um acordo entre Mercosul e União Europeia pudesse ser anunciado nesta quinta-feira, os blocos afirmaram em um comunicado conjunto que estão “engajados em discussões construtivas” para finalizar as questões pendentes do acordo de livre-comércio entre os blocos.

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    No sábado 2, o presidente francês, Emmanuel Macron, se disse “totalmente contra” o acordo, criando ondas de choque que zeraram as chances de uma aprovação ainda neste ano.

    O acordo, negociado há mais de vinte anos, elimina tarifas de importação sobre 92% dos produtos vindos do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, o que daria impulso renovado às exportações do grupo, de maioria agrícola. Do outro lado, 72% das mercadorias provenientes da Europa também teriam taxa zero, o que pode soar como boa notícia, mas preocupa os setores industriais sul-americanos, apesar do benefício de comércio e investimentos europeus mais intensos.

    No discurso de abertura da cúpula dos chefes de Estado do Mercosul, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, sobre as tratativas com a União Europeia, que as coisas às vezes “não acontecem do jeito que a gente quer”, mas se disse confiante a respeito da conclusão do pacto.

    “Estou muito otimista e tenho como lema nunca desistir. Temos que continuar tentando fazer o acordo com a União Europeia”, defendeu.

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