Marinha da Argentina reage contra suspensão de buscas a submarino
A empresa Ocean Infinity terá de retomar os trabalhos de procura pelo submarino ARA San Juan, desaparecido em novembro de 2017
A Marinha da Argentina reagiu sexta-feira (26) contra a decisão da empresa Ocean Infinity de suspender até fevereiro de 2019 as buscas ao submarino ARA San Juan, desaparecido no Atlântico sul desde novembro de 2012, e determinou a continuidade do trabalho, “em cumprimento ao contrato vigente”.
A suspensão dos trabalhos por mais de três meses foi denunciada à Marinha por familiares dos 44 tripulantes da embarcação. Até ontem, o barco Seabed Constructor, da Ocean Infinity, havia terminado de vasculhar a 12ª área de busca, sem encontrar vestígios.
O desaparecimento do submarino ARA San Juan é um dos episódios mais sensíveis da história recente da Argentina. Com 44 tripulantes, a embarcação fez seu último contato em 15 de novembro de 2017. Duas semanas depois, as esperanças de encontrar tripulantes ainda vivos acabaram-se. Várias nações se uniram à Argentina nas operações de busca.
Depois de uma série de polêmicas sobre a continuidade das buscas, o governo argentino assinou contrato neste ano com a Ocean Infinity para um trabalho de dois a quatro meses de procura pelo submarino. A tarefa começou em setembro.
A empresa é conhecida internacionalmente por ter participado busca pelo avião da Malaysia Airlines, desaparecido no Oceano Índico em 2014. Na Argentina, será remunerada com 7,5 milhões de dólares se encontrar o submarino.
Ontem, suspendeu as buscas porque considerou “inútil” continuar ampliando as áreas de rastreamento do submarino. A empresa havia optado por “realizar um estudo pormenorizado em terra de todos os dados coletados para depois determinar como seguir e por quanto tempo”.
O esclarecimento da Marinha chegou poucas horas depois que diversas pessoas próximas da tripulação se mostraram “desconcertadas” pelo anúncio da suspensão das buscas, segundo um comunicado dos parentes que acompanham a empresa na expedição.
(Com EFE)