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María Corina rejeita ideia de Lula para repetir eleição na Venezuela: ‘Aceitariam no seu país?’

Em entrevista, líder da oposição da Venezuela questiona petista se serão realizados pleitos 'até que os resultados agradem a Maduro'

Por Da Redação
Atualizado em 15 ago 2024, 17h13 - Publicado em 15 ago 2024, 16h12
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  • A líder da oposição da Venezuela, María Corina Machado, rejeitou nesta quinta-feira, 15, a proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para que sejam realizadas novas eleições no país, em razão dos resultados contestados do pleito realizado em 28 de julho, que proclamou a vitória do presidente Nicolás Maduro. No X, antigo Twitter, Machado publicou um trecho de uma entrevista em que é questionada sobre o palpite do petista.

    “Vai-se para uma segunda eleição e, se não gostarem dos resultados, vamos para uma terceira, uma quarta e uma quinta, até que os resultados agradem a Maduro? Aceitariam isso em seus países?”, rebate ela.

    Na legenda do post, Machado destacou que os venezuelanos elegeram o candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, e que “a soberania popular deve ser respeitada”. Ela também convocou “com mais força do que nunca” um protesto “na Venezuela e no mundo” para o próximo sábado, 17, contra a permanência do governo chavista no poder.

    + Lula diz não reconhecer vitória de Maduro e que venezuelano ‘deve explicações’

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    Posicionamento de Lula

    Em entrevista à Rádio T, de Curitiba, nesta quinta-feira, o petista afirmou que o líder venezuelano sugeriu a realização de um novo pleito e pressionou Maduro a prestar elucidações sobre o triunfo, declarado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão federal controlado pela ditadura. Sobre o fato de reconhecer ou não o pleito, Lula disse: “Ainda não (reconheço que ganhou a eleição). Ele sabe que está devendo uma explicação. Ele sabe disso”.

    “Se ele (Maduro) tiver bom senso, poderia fazer uma conclamação ao povo da Venezuela, quem sabe até convocar novas eleições e estabelecer um critério de participação de todos os candidatos, criar um comitê nacional que participe todo mundo e deixe entrar olheiros do mundo inteiro”, acrescentou.

    + Somente 6 em cada 100 venezuelanos acreditam em vitória de Maduro, diz pesquisa

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    Por que a oposição contesta o resultado?

    Em 29 de julho, o CNE apontou a reeleição Maduro com 51% dos votos, contra 44% de González, que substituiu María Corina, vencedora das primárias da oposição, após ser inabilitada pelo regime chavista. Em contraste, levantamentos de boca de urna sugeriram que o rival de Maduro teria vencido o pleito com 65% de apoio, contra apenas 31% do líder bolivariano.

    Uma projeção da oposição com base em 80% dos boletins de urna que conseguiram obter mostrou resultado semelhante. O principal ponto de questionamento da oposição e da comunidade internacional é que o regime não divulgou os resultados na totalidade, sem a publicação das atas das zonas eleitorais – relatórios que reúnem informações de cada centro de votação.

    Logo após o pleito, o governo brasileiro disse à Venezuela que não reconhecerá a reeleição de Maduro sem que as atas de todas as urnas sejam publicadas, tentando, junto da Colômbia e do México, a abertura de diálogo entre o governo e a oposição.

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