A engenheira industrial Maria Corina Machado declarou vitória nesta segunda-feira, 23, nas primárias presidenciais da oposição venezuelana. Candidatos contrários ao governo de Nicolás Maduro realizaram a disputa para escolher um único nome para enfrentá-lo na eleição geral de 2024.
A comissão organizadora das primárias informou que, com mais de 26% das urnas apuradas, Machado, que prometeu privatizar a petrolífera estatal PDVSA se for eleita presidente, obteve 93% dos votos. A contagem foi iniciada no último domingo, 22, mas foi atrasada por um bloqueio no servidor e deve continuar nesta segunda-feira, 23.
A participação na votação, organizada sem ajuda governamental, foi mais do dobro do esperado em alguns estados, apesar da realocação dos locais de votação, das longas filas e da falta de gasolina e de transportes públicos em algumas áreas. O rival mais próximo de Machado, o ex-deputado Carlos Prosperi, teve 4,75% dos votos.
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A candidatura da engenheira de concorrer às eleições gerais, porém, está cercada de incerteza. Ela foi impedida pelo governo de ocupar cargos públicos por 15 anos, devido ao seu apoio às sanções à Venezuela. Os Estados Unidos, que aliviaram temporariamente, por seis meses, o bloqueio ao petróleo e gás venezuelanos, disseram que o presidente tem até o final de novembro para começar a rescindir as proibições contra a oposição e libertar prisioneiros políticos e americanos “detidos injustamente”.
Até o momento, cinco pessoas foram libertadas, mas o governo afirmou que aqueles quaisquer candidatos com problemas na Justiça – controlada por Maduro – não vão poder concorrer na disputa de 2024. Machado disse que poderia pressionar as autoridades eleitorais para que a deixassem competir, mas outras lideranças argumentam que seria necessário encontrar um substituto.