‘Marco histórico’: países comemoram reunião entre Trump e Jong-un
China, Coreia do Sul e Rússia veem como bastante positiva a aceitação de encontro para tratar questão nuclear na Coreia do Norte
Os governos da China, Coreia do Sul e Rússia comemoraram, nesta sexta-feira, o anúncio de que os líderes dos Estados Unidos e Coreia do Norte, Donald Trump e Kim Jong-un, concordaram em se reunir no mês de maio para negociações sobre a questão nuclear no país asiático.
“Felicitamos pelos sinais positivos dados pelos Estados Unidos e Coreia do Norte no sentido de realizar um diálogo direto”, afirmou, em entrevista coletiva, Geng Shuang, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês. “O próximo passo a dar por todas as partes é sustentar este momento positivo, forjar sinergias e trabalhar em conjunto para restaurar a paz e a estabilidade na península coreana”, completou.
O presidente Donald Trump aceitou um convite do líder da Coreia do Norte para iniciar uma rodada de negociações sobre o programa nuclear norte-coreano em um local ainda não decidido, segundo confirmou na Casa Branca o conselheiro de Segurança Nacional da Coreia do Sul, Chung Eui-yong.
Emissários sul-coreanos viajaram ontem a Washington para entregar a Trump uma mensagem de Kim Jong-un, que ofereceu suspender seus testes de armas nucleares para abordar um processo de desnuclearização da península da Coreia.
O porta-voz chinês não esclareceu hoje se a China poderia oferecer abrigar essa reunião, e se limitou a dizer que seu país “continuará com o seu papel positivo” na busca de uma solução para a crise.
O presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, chamou o encontro de um “marco histórico” no objetivo de alcançar a paz na península coreana. Em mensagem transmitida por um porta-voz da presidência, Moon afirmou que se Trump e Kim “se encontrarem após uma cúpula intercoreana, a desnuclearização completa da península da Coreia estará no caminho correto”.
O presidente sul-coreano elogiou a “coragem e sabedoria” dos líderes de Washington e Pyongyang e acrescentou que Seul também tentará aproveitar esta oportunidade, “que foi apresentada como um milagre”. Moon anunciou que encarregou ao seu chefe de Gabinete, Im Jeong-suk, os preparativos para um encontro prévio que ele manterá com Kim em abril na fronteira intercoreana.
Moscou
A Rússia também se pronunciou sobre o acordo entre os governantes. O ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, afirmou em entrevista coletiva em Adis Abeba que acredita que a cúpula entre os dois líderes é “um passo em boa direção” para normalizar a situação na península coreana. “Acabamos de saber deste acordo. Espero que seja colocado em prática”, disse.
Segundo Lavrov, a reunião é o início de uma retomada nas negociações para a regulação política da crise coreana com base nos princípios estabelecidos no Conselho de Segurança da ONU.
O chanceler afirmou que a Rússia também cumprimenta “o acordo entre Seul e Pyongyang” para realizar a cúpula intercoreana em abril na fronteira entre os países.