Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Marcha de rejeitados

Refugiados da América Central viajaram durante meses, a pé, em ônibus, para fugir da miséria e buscar vida nova no norte. Toparam com um muro e cassetetes

Por Lizia Bydlowski
Atualizado em 4 jun 2024, 16h04 - Publicado em 21 dez 2018, 07h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • selo-retrospectiva-2018Figura histórica da esquerda latino-americana, Andrés Manuel López Obrador assumiu no início de dezembro a Presidência do México com um cacto dos mais espinhosos no caminho: o que fazer com a multidão de desesperançados da América Central parada do lado de cá da fronteira com os Estados Unidos, aguardando uma chance de entrar no eldorado? A caravana de hondurenhos (a maioria), salvadorenhos e guatemaltecos viajou durante meses, a pé, em ônibus e caminhões, para fugir da miséria e da violência e buscar vida nova no norte. Ao chegar finalmente a Tijuana, a poucos passos da Califórnia, topou com um muro, agentes munidos de cassetetes e gás lacrimogêneo para desanimar transgressores e fazer cumprir a ordem para cada um apresentar seu pedido de asilo por escrito. Depois, é aguardar (no México) uma resposta — o que pode levar meses.

    Donald Trump não esconde que seu propósito é dificultar ao máximo a vida de uma turba que, a seus olhos, está contaminada por gangues, criminosos comuns, terroristas e outros indesejáveis. Dos milhares de imigrantes — fala-se em 10 000 — apinhados em abrigos em Tijuana e cidades dos arredores, muitos estão desistindo e voltando para casa. O México vem tentando convencer o governo americano a montar um plano de ajuda econômica destinado tanto à América Central, para melhorar as condições de vida e conter a fuga em massa, quanto a si próprio, para financiar a acomodação daqueles que se conformarem em tentar a vida em território mexicano.

    Não que a perspectiva seja atraente: o México, que já está com a economia desacelerada, tem a partir de agora de se ajustar às cláusulas de um novo tratado comercial negociado com Estados Unidos e Canadá, menos favorável que o extinto Nafta. Também precisa achar uma maneira de recuperar regiões inteiras dominadas por bandos de traficantes em guerra. Tirando do baú o notório desabafo do ditador Porfirio Díaz (1830-1915), AMLO, como o novo presidente é chamado, vai precisar da ajuda de todos os deuses para livrar o pobre México — tão perto dos Estados Unidos e tão lotado de estrangeiros — da enrascada em que se encontra.

    Publicado em VEJA de 26 de dezembro de 2018, edição nº 2614

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.