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Manifestantes em universidades de Hong Kong usam flechas e catapultas

Novas táticas são usadas para enfrentar as forças policiais; segunda morte nos protestos foi confirmada nesta quinta-feira

Por Da Redação
14 nov 2019, 17h56

Nas ruas desde junho deste ano, os manifestantes contrários à influência chinesa em Hong Kong vêm desenvolvendo novas e sofisticadas táticas para enfrentar a repressão policial. Desde o início da semana, as universidades locais se transformaram em verdadeiros campos de batalha, com estudantes construindo enormes barricadas e usando até mesmo catapultas contra as forças de segurança.

As manifestações se tornaram mais violentas desde segunda-feira 11, com cenas de disparos à queima-roupa e agressão contra uma mulher grávida. Nesta quinta-feira, 14, a segunda morte dos protestos foi confirmada.

Um senhor de 70 anos morreu após ser atingido na cabeça por um tijolo arremessado por um manifestante. No início de novembro, um estudante caiu depois de subir em um parapeito para escapar do gás lacrimogêneo lançado pela polícia nas manifestações e também faleceu.

Embora as oito universidades subsidiadas pelo governo de Hong Kong – como suas contrapartes em todo o mundo – tenham uma longa história de ativismo político, o protestos que sacodem Hong Kong nos últimos cinco meses trouxeram batalhas sem precedentes para os campi, que ficaram bloqueados por longos períodos nos últimos dias.

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Na Universidade de Hong Kong, imagens feitas a partir de um drone mostram uma grande batalha entre manifestantes e forças de segurança — com direito a parede de escudos e coquetéis molotov. Apenas uma ponte dividia os manifestantes da polícia, mas o caminho estava envolto em chamas.

Outro vídeo, mostra o confronto entre os manifestantes e a polícia mais de perto.

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Durante a madrugada desta quinta, os manifestantes testaram novas armas para usar contra os policiais: um estilingue gigante e uma catapulta feitos de bambu. Ambos foram usados para lançar pedras e coquetéis molotov.

Ao mesmo tempo, ergueram nas ruas barricadas com lajotas retiradas do chão, mesas e cadeiras. Os manifestantes também usaram tijolos para obstruir as vias e dificultar o acesso dos policiais à universidade.

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O presidente da China, Xi Jinping, que está no Brasil para a reunião da cúpula dos BRICS, alertou que as manifestações “ameaçam o sistema de um país, dois sistemas”, que concede autonomia à Hong Kong. Outras autoridades em Pequim afirmaram que os manifestantes “deram um passo mais perto do terrorismo”.

Os protestos se iniciaram em junho deste ano contra a proposta de lei de extradição que, supostamente, possibilitaria à China continental perseguir dissidentes políticos. Apesar do parlamento de Hong Kong ter enterrado a proposta em outubro, a indignação nas ruas persiste.

Manifestantes contrários à influência chinesa continuam saindo às ruas para pedir a renúncia da chefe do Executivo, Carrie Lam, que é vista como uma marionete de Pequim. Também pedem maior autonomia na escolha de líderes regionais e anistia para os ativistas condenados por violência durante os protestos dos últimos meses.

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