Manifestações antissemitas subiram 57% nos EUA em 2017
Segundo a Liga Antidifamação americana, cerca de 2.000 casos de vandalismo, agressão e assédio foram reportados
Foram registradas 57% mais denúncias de manifestações antissemitas nos Estados Unidos em 2017 do que no ano anterior, indicou a Liga Antidifamação americana na terça-feira. Esse foi o maior aumento já catalogado desde que o grupo de direitos civis judeus começou a coletar dados em 1979.
Cerca de 2.000 casos de assédio, vandalismo e violência física relacionados ao antissemitismo foram registrados no último ano, o maior número de ocorrências desde 1994, segundo a organização.
Os crimes foram reportados sobretudo em Nova York, Califórnia e Nova Jersey, que têm grandes comunidades judaicas.
“Estes incidentes chegaram em um momento no qual vemos um clima crescente de incivilidade, de fortalecimento dos grupos de ódio e cada vez mais divisões na sociedade”, disse o presidente da Liga, Jonathan Greenblatt, à agência France Presse.
A maioria das manifestações antissemitas foi de casos de vandalismo, com 952 casos em 2017, uma alta “dramática” de 86% com relação a 2016. O assédio subiu 41%, incluindo a onda de ameaças de bomba no começo do ano, embora as agressões tenham diminuído 47% para um total de 19 contra 36 em 2016.
O presidente Donald Trump foi criticado em fevereiro por não se pronunciar sobre mais de cem ameaças feitas contra escolas e outras instituições judaicas em um período de poucas semanas. Finalmente, dias depois, qualificou as atitudes como “horríveis” e “dolorosas”.
Críticos afirmam que sua eleição encorajou a extrema direita, grupos neonazistas e outros racistas, que assediam ou agridem imigrantes latinos, negros, muçulmanos ou integrantes da comunidade LGBT.