Em uma carta aberta divulgada na noite de terça-feira 27, 238 republicanos que trabalharam para políticos do partido, incluindo os ex-presidentes George H.W. Bush e seu filho, George W. Bush, declararam apoio à vice-presidente dos Estados Unidos, a democrata Kamala Harris, na corrida pela Casa Branca. O texto também pediu que colegas “moderados” se juntassem ao grupo em rejeição ao candidato republicano, Donald Trump, que caracterizaram como “prejudicial” aos americanos.
“É claro que temos muitas divergências ideológicas honestas com a vice-presidente Harris e o governador (Tim) Walz”, escreveram eles, em referência ao colega de chapa de Kamala. “Isso era de se esperar. A alternativa, no entanto, é simplesmente insustentável.”
Ameaça à democracia
Entre os signatários da carta estão desde chefes de gabinete até estagiários de políticos republicanos. Os nomes incluem Reed Galen, que participou da campanha de Bush filho e fundou o grupo anti-Trump The Lincoln Project, bem como Olivia Troye, ex-funcionária do governo Bush e conselheira de segurança interna do antigo vice-presidente de Trump, Mike Pence.
“Outros quatro anos de uma liderança caótica de Donald Trump prejudicarão pessoas reais e enfraquecerão nossas instituições sagradas”, enfatizou o texto, fazendo referência ao Projeto 2025, um documento de 900 páginas que tem a ambiciosa pretensão de moldar o futuro do país, incluindo o desmantelamento de órgãos federais, como o Departamento de Justiça (que Trump acusa de promover uma campanha insidiosa contra sua pessoa) e a troca de até 50 mil funcionários públicos por aliados.
A carta alerta ainda que a democracia americana será “irreparavelmente comprometida” enquanto Trump “se curva a ditadores como Vladimir Putin e vira as costas para nossos aliados”.
“Carta hilária”
Em resposta, o porta-voz da campanha republicana, Steven Cheung, chamou a carta de “hilária”.
“Ninguém sabe quem são essas pessoas”, ironizou. “Elas preferem ver o país queimar do que ver o presidente Trump retornar com sucesso à Casa Branca para tornar a América grande novamente”, acrescentou.
Muitos dos mesmos signatários também publicaram uma carta, em 2020, apoiando a candidatura do atual presidente, Joe Biden, em vez de endossar Trump.