Mais de 1.000 soldados da Rússia foram mortos por dia em maio na guerra na Ucrânia, informou o jornal americano The New York Times nesta quinta-feira, 27, baseado em dados de agências de inteligência ocidentais, como Estados Unidos e Reino Unido. O alto número de baixas é reflexo do estilo militar brutal adotado pelo Exército russo, que repetidamente envia novos soldados para confrontos sangrentos nas linhas de frente em território ucraniano.
A abordagem foi crucial para avanços anteriores em Avdiivka e Bakhmut, mesmo com elevadas mortes, mas teriam deixado de mostrar resultados satisfatórios quando Moscou tentou capturar Kharkiv no último mês, alegaram autoridades ocidentais sob condição de anonimato. Segundo analistas de segurança britânicos, foram registradas até 1.200 mortes militares russas diárias em maio, maior nível desde a eclosão do conflito.
A informação foi confirmada por soldados russos pelo Telegram, que relataram unidades reduzidas frente aos ataques com metralhadoras e drones de Kiev. Para ambos os lados do conflito, o constante uso de drones também fez diferença no número de mortes por permitir que alvos sejam rapidamente localizados, ao passo que a instalação de minas no campo de batalha tornaram missões por terra suicidas. Espera-se que a capacidade do Exercício da Ucrânia, inclusive, se fortaleça com o pacote de ajuda dos EUA de US$ 61 bilhões, aprovado pela Câmara em abril deste ano.
Novos recrutas
A perda exponencial de soldados russos é rapidamente suprida no campo de batalha. Ao mês, Moscou recruta de 25.000 a 30.000 novos soldados — iniciativa impensável para Ucrânia, dona de uma população de cerca de 38 milhões, contra 144 milhões da Rússia.
Para compensar a escassez, Kiev adotou uma nova estratégia no final de maio: recrutou 4.000 prisioneiros para lutar contra as tropas de Moscou. A participação de condenados por crimes graves, porém, não foi permitida, como assassinato de duas ou mais pessoas, crimes sexuais e traição.
O elevado nível de baixas, no entanto, ocasiona o envio precipitado de soldados recém-recrutados e, portanto, mal treinados, aumentando o número de vítimas. Mesmo com obstáculos, autoridades americanas disseram ao NYT que a Rússia alcançou um importante objetivo: formar uma zona tampão na fronteira, impedindo o avanço da defesa ucraniana. A conquista, contudo, não alcançou Kharkiv, segunda maior cidade ucraniana que entrou na mira russa.