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Maduro diz que vai perseguir autores de suposto atentado

Oposição política teme nova onda de repressão; venezuelano diz suspeitar de participação do presidente da Colômbia na alegada tentativa de ataque

Por Da Redação
5 ago 2018, 09h00

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, prepara uma resposta dura à suposta tentativa de assassinato do qual teria sido vítima no sábado, o que provoca temores de uma onda repressiva contra seus adversários.

Maduro, que afirma ter sido vítima de um ataque com drones carregados de explosivos, do qual escapou ileso, já anunciou várias detenções e prometeu ir “a fundo” nas investigações. “Voltou a fracassar (o ataque). Na Venezuela, tem que existir justiça porque atentaram contra minha vida”, afirmou o político sobre o incidente que deixou sete militares feridos, segundo divulgou o governo.

“Justiça! Máximo castigo! E não vai haver perdão, os que se atreveram a ir até o atentado pessoal que esqueçam o perdão, os perseguiremos e os capturaremos onde quer que estejam escondidos. Eu prometo!”, advertiu em um discurso ao país no sábado à noite. O procurador-geral, Tarek William Saab, ligado ao governo, informou que revelará as identidades dos detidos nesta segunda.

Enfrentando enorme rejeição popular em consequência do colapso econômico, Maduro atribuiu o ataque à “ultradireita”, como se refere à oposição, e ao presidente colombiano, Juan Manuel Santos. O presidente citou uma entrevista de Santos nesta semana na qual disse que via “próxima” a queda do venezuelano.

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“Trata-se de um atentado para me matar, tentaram me assassinar no dia de hoje (…). Não tenho dúvidas de que o nome de Juan Manuel Santos está por trás desse atentado”, afirmou Maduro.

Santos entregará o poder na próxima terça-feira ao vencedor das recentes eleições presidenciais, o político de direita Iván Duque, um duro crítico de Maduro.

“São absurdas e carecem de qualquer fundamento as declarações de que o presidente colombiano seria o responsável pelo suposto atentado contra o presidente venezuelano”, afirmou o ministério das Relações Exteriores da Colômbia em um comunicado.

Maduro, no entanto, determinou que os militares devem permanecer em “alerta máximo” e redobrar a inteligência na fronteira com a Colômbia.

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Um suposto grupo rebelde, Movimento Nacional Soldados de ‘Franelas’ (camisas), assumiu o ataque, de acordo com um comunicado lido no Youtube pela jornalista de oposição venezuelana Patricia Poleo, radicada nos Estados Unidos. O grupo afirma ser integrado por militares e civis. De acordo com o governo, os drones detonaram explosivos diante da tribuna presidencial e em outros pontos da Avenida Bolívar, no centro de Caracas.

Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra o momento em que uma explosão é ouvida e os seguranças de Maduro, que fazia um discurso, correm para protegê-lo com um colete à prova de balas.

Ao contrário do presidente, que permaneceu de pé e tentou observar o que acontecia, vários militares a seu lado se abaixaram e, pouco depois, Maduro foi retirado do local. “Minha primeira reação foi de observação, de serenidade, porque tenho plena confiança no povo e nas Forças Armadas”, afirmou Maduro depois do incidente.

A advertência de Maduro gerou temores de uma ofensiva contra os opositores, em um país onde se denuncia que o governo mantém 248 “presos políticos”, entre eles o dirigente Leopoldo López. “Alertamos que o que foi anunciado pelo governo madurista abre a porta para uma perseguição e onda de repressão que pode justificar qualquer coisa”, afirmou Nicmer Evans, dissidente do chavismo e líder da opositora Frente Ampla.

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(Com a France Presse)

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