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Maduro diz que projetos de Bolsonaro, Duque e Macri são “inviáveis” na AL

As últimas dez eleições presidenciais na América Latina foram vencidas por candidatos liberais identificados com a direita

Por Da Redação
2 jan 2019, 13h47

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse em entrevista divulgada nesta terça-feira 1 que os projetos políticos de Jair Bolsonaro e dos presidentes Iván Duque, da Colômbia, e Mauricio Macri, da Argentina, são “inviáveis” na região latino-americana e terminarão provocando uma “nova onda” de governos de esquerda.

As últimas dez eleições presidenciais na América Latina foram vencidas por candidatos liberais identificados com a direita (Brasil, Argentina, Colômbia, Costa Rica, Chile, Equador, Honduras, Paraguai e Peru), com a única exceção do esquerdista Andrés Manuel López Obrador, que ganhou em julho deste ano no México.

“Os projetos neoliberais de direita na América Latina e no Caribe são inviáveis, e eles vão provocar o ressurgimento de uma nova onda de transformações populares”, disse Maduro, em material divulgado pela emissora pública VTV.

Nesse sentido, o presidente venezuelano afirmou que Duque “passou dos 80% de apoio para 80% de repúdio” e que o povo colombiano está “nas ruas pedindo que deixe” a Presidência.

“Jair Bolsonaro – que assumiu o mandato nesta terça – vai seguir o mesmo caminho, (e) Macri na Argentina é um homem que não pode sair na esquina”, acrescentou.

Ele também observou que a América Latina é “um território em disputa” entre as forças políticas da direita e da esquerda e que a região está passando por “um processo de regressão” que, em sua “visão”, levará a novos governos “revolucionários”.

Os governos de Macri e Duque criticaram Maduro, o responsabilizando pela grave crise econômica que atravessa a Venezuela. Já Bolsonaro afirmou que pressionará o presidente venezuelano.

Em encontro na manhã desta quarta-feira, 2, o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Ernesto Araújo, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, afirmaram que seus países trabalharão juntos contra “regimes autoritários no mundo”

Segundo Pompeo, o “desejo profundo” de retomada da democracia na Venezuela, em Cuba e na Nicarágua foi tratado nas conversas bilaterais. O secretário americano, entretanto, esquivou-se de responder sobre possível ação militar conjunta dos dois países na Venezuela.

Os presidentes de Venezuela, Cuba e Nicarágua foram barrados da cerimônia de posse de Bolsonaro pelo novo governo. Em uma situação pouco convencional para a diplomacia brasileira, Maduro e o cubano Miguel Díaz-Canel foram desconvidados para o evento pelo Itamaraty, a pedido do novo presidente.

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Legitimidade do governo

Em entrevista nesta terça, Maduro também reiterou que seu novo mandato de seis anos, previsto para iniciar no próximo dia 10, terá legitimidade constitucional, apesar da oposição e parte da comunidade internacional não reconhecerem os resultados das últimas eleições.

“Não há possibilidade de que qualquer governo diga alguma palavra para conhecer, reconhecer ou desconhecer qual é a legitimidade constitucional e democrática do governo que eu presidirei a partir de 10 de janeiro”, disse o presidente venezuelano.

Ele afirmou que tem o apoio do povo, dos militares e das outras forças do país em relação ao seu novo mandato, mas insistiu que o apoio “mais importante” com que conta é a “legitimidade constitucional”.

Maduro foi reeleito com ampla margem nas eleições de maio do ano passado, em que a maioria da oposição não participou, pois considerou que não havia garantias e porque seus principais líderes foram desqualificados. Lideranças internacionais denunciaram o pleito como irregular.

O presidente venezuelano defendeu as eleições ao assegurar que foram limpas, pois tiveram a “observação internacional”, ao mesmo tempo que afirmou deve a decisão do povo “deve ser cumprida”. “Na Venezuela as decisões não são tomadas pelos governos estrangeiros”, completou.

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(Com EFE)

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