O ditador venezuelano Nicolás Maduro, disse nesta quinta-feira, 20, que não permitirá uma mudança da esquerda para a direita em seu país, como ocorreu no Brasil com a eleição de Jair Bolsonaro, e desafiou o futuro vice brasileiro, general Hamilton Mourão, que chamou de “louco”.
“A Venezuela não é o Brasil. Aqui não vai ter um Bolsonaro. Aqui será o povo e o chavismo por muito tempo(…). Bolsonaro aqui não teremos nunca, porque nós construímos a força popular”, declarou Maduro durante ato do Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV).
Reafirmando suas denúncias de um complô dos Estados Unidos para derrubá-lo, com o apoio de Brasil e Colômbia, Maduro disse que o general Mourão é “louco da cabeça” por ter afirmando que seu governo está chegando ao fim e defendido “eleições normais” na Venezuela.
“Aqui lhe espero, com milhões de homens e mulheres e com a Força Armada (…). Aqui lhe espero, Mourão, venha pessoalmente”, desafiou Maduro em um inflamado discurso.
Maduro inicia no próximo dia 10 de janeiro um segundo mandato, de seis anos, após ser reeleito em votação boicotada pela oposição e denunciada por Estados Unidos, União Europeia e vários países da América Latina como irregular.
Na semana passada, Maduro afirmou que há uma aliança entre Estados Unidos, Brasil e Colômbia para derrubá-lo e, inclusive, assassiná-lo.
Maduro disse que John Bolton, assessor de Segurança Nacional americano, deu instruções para “provocações militares na fronteira” entre Venezuela e Brasil em uma reunião com Bolsonaro.
Um dia após sua vitória eleitoral, em outubro, Bolsonaro descartou uma eventual intervenção militar na Venezuela, apesar das “sérias dificuldades” causadas pela ditadura de Maduro.
Na semana passada, o Ministério de Relações Exteriores brasileiro confirmou que os governo da Venezuela e de Cuba foram desconvidados para a cerimônia de posse de Bolsonaro.
Segundo a pasta, o governo eleito havia dado recomendações para que todas as nações com que o Brasil mantém relações diplomáticas recebessem convites para o evento. Em um segundo momento, contudo, o MRE foi orientado a desfazer os convites que já haviam sido enviados a Nicolás Maduro e Miguel Díaz-Canel, de Cuba.
Pelo Twitter, o futuro ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou que a decisão foi tomada “em respeito ao povo venezuelano” e que “não há lugar para Maduro numa celebração da democracia”.
A pressão diplomática contra Maduro por parte de países vizinhos como Brasil e Colômbia aumenta diante da chegada de milhares de imigrantes venezuelanos que fogem da crise econômica em seu país.
(Com AFP)