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Macron reorganiza ministérios após manifestações na França

Decisão se dá após protestos contra assassinato de jovem pela polícia tomarem conta das ruas do país

Por Da Redação
Atualizado em 20 jul 2023, 18h44 - Publicado em 20 jul 2023, 18h36

O presidente da França, Emmanuel Macron, reorganizou nesta quinta-feira, 20, parte dos principais ministérios domésticos do governo, incluindo as pastas de educação, habitação e assuntos urbanos. A decisão se dá após manifestações contra o assassinato de um jovem de ascendência argelina e marroquina pela polícia tomarem conta das ruas do país.

Apesar da queda de aprovação desde a aprovação da controversa reforma previdenciária, que aumentou a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos, Macron busca a reeleição. Em abril, a popularidade do líder francês alcançou marcas próximas as da crise dos coletes amarelos, quando protestos contra o aumento do preço dos combustíveis foram realizados em 2018. Apenas 29% da população enxerga o governo com bons olhos, enquanto 23% diziam o mesmo há cinco anos.

A situação de Macron piorou ainda mais com o assassinato a tiros de Nahel M, um adolescente de 17 anos, durante uma parada policial em Nanterre, comuna próxima a Paris, em junho. Uma série de manifestações se espalharam, então, pelas principais cidades da França, enquanto mais de 40 mil agentes de segurança foram mobilizados para conter a turbulência social, que incluiu carros em chamas e barricadas. Como consequência, centenas de franceses foram presos.

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Às vésperas das trocas ministeriais, Macron participou de um encontro com legisladores e defendeu que, ao contrário de impor respostas imediatas, o governo deveria examinar em “em profundidade” o episódio. Ele afirmou, ainda, que a estruturação de uma nova política não deve ser baseada na regeneração urbana e no investimento em mais policiais.

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“Estamos em um espírito de continuidade, mas não vamos fingir que não houve algo que chocou o país por algumas noites”, disse na quarta-feira.

Principal alteração, o Ministério da Educação foi assumido por Gabriel Attal, ministro do Orçamento. Popular entre os apoiadores de Macron, ele ingressou no governo em 2018, rapidamente ganhando a fama de perspicaz e astuto como porta-voz do presidente francês. Em seguida, foi nomeado para a pasta orçamentária. Pap Ndiaye, especialista em estudos negros, foi retirado do cargo em meio aos frequentes ataques da direita.

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Nova aposta de Macron, Sabrina Agresti-Roubache foi escolhida para a reestruturação do Ministério de Assuntos Urbanos. A legisladora de ascendência norte-africana atuará ao lado do prefeito de Dunquerque, Patrice Vergriete, que comandará o Ministério da Habitação.

Conhecido pela atuação responsável na saúde pública de Paris ao longo da pandemia de Covid-19, Aurelien Rousseau foi nomeado para o Ministério da Saúde. Ele é, inclusive, o antigo chefe de gabinete da primeira-ministra Elizabeth Borne, que não teve seu cargo afetado mesmo com a pressão da oposição e de governistas. O ministro das Finanças, Bruno Le Maire, a ministra das Relações Exteriores, Catherine Colonna, e o ministro do Interior, Gerald Darmanin, também permaneceram nas respectivas pastas.

Com a perda da maioria parlamentar, o presidente francês precisará aprovar legislações projeto por projeto. Com o rearranjo dos ministros, Macron diminui espaço de representantes da sociedade civil, uma de suas promessas de 2017, e privilegia figuras experientes politicamente, que apresentam passagens pelo Parlamento ou por prefeituras.

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