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Macron nomeia François Bayrou como primeiro-ministro da França

O ex-titular do cargo, Michel Barnier, foi forçado a apresentar sua renúncia após ser alvo de uma moção de desconfiança no Parlamento

Por Da Redação Atualizado em 13 dez 2024, 12h33 - Publicado em 13 dez 2024, 09h03

O presidente da França, Emmanuel Macron, nomeou François Bayrou como primeiro-ministro do país nesta sexta-feira, 13, enquanto busca acalmar uma crise política que deixou tanto sua popularidade como sua influência política em baixa.

O gabinete de Macron fez o anúncio uma semana após o ex-titular do cargo, Michel Barnier, sofrer uma moção de desconfiança no Parlamento, onde a esquerda e a extrema direita se juntaram para derrubá-lo, forçando-o a apresentar sua renúncia. Imerso em turbulência política durante o segundo mandato, o presidente vê em Bayrou seu quarto primeiro-ministro neste ano.

Apesar disso, Macron prometeu permanecer no cargo até o fim do seu mandato, em 2027.

Quem é o novo premiê

Aliado próximo do presidente, Bayrou, 73 anos, é prefeito da cidade de Pau, no sudoeste do país, e lidera o partido de centro Movimento Democrático (MoDem). Ele fez de suas raízes rurais o centro de sua identidade política e, em 2017, decidiu não concorrer à eleição presidencial (seria a quarta vez), apoiando Macron e unindo-se à sua coalizão desde então.

Macron nomeou Bayrou como ministro da Justiça, mas ele renunciou apenas algumas semanas depois em meio a uma investigação sobre o suposto emprego fraudulento de assistentes parlamentares por seu partido. Ele foi inocentado das acusações de fraude neste ano.

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Antes do anúncio, os dois passaram quase duas horas em negociações, que foram descritas como “tensas” pela mídia francesa.

Bayrou é considerado popular, até mesmo com alguns parlamentares de extrema direita do Reagrupamento Nacional (RN), mas ainda não tem apoio unânime de membros de outros partidos.

“Daremos a ele uma chance, como fizemos com Michel Barnier”, disse Philippe Ballard, deputado do RN.

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Ele precisará formar um governo que não seja derrubado, como seu antecessor foi, na Assembleia Nacional. O novo primeiro-ministro também recebe o desafio de Barnier de aprovar o orçamento do governo para 2025 em um Parlamento extremamente dividido, onde Macron enfrenta oposição declarada tanto da Nova Frente Popular (NFP), bloco que reúne partidos de centro-esquerda e extrema esquerda, quanto dos ultraconservadores direitistas do RN, liderado pela maior rival do presidente, Marine Le Pen.

Falta de apoio suficiente para aprovar o orçamento no Parlamento, mesmo dando certas concessões ao RN, foi o motivo da moção de desconfiança contra Barnier, que buscava um aumento de 60 bilhões de euros (380 bilhões de reais) em impostos e cortes de gastos. Seu objetivo era reduzir o déficit orçamentário da França, que deve atingir 6,1% do PIB neste ano.

O partido de extrema esquerda França Insubmissa, atualmente envolvido numa rusga com sua aliança da NFP, já declarou que proporá um novo voto de desconfiança contra Bayrou.

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Crise política

A política francesa está presa num impasse desde que Macron convocou eleições parlamentares antecipadas para julho. Os vencedores foram a NFP, seguida pelos centristas do presidente e pela extrema direita de Le Pen. Mas ninguém conseguiu maioria clara, e a Assembleia Nacional está dividida em três blocos distintos. O caos já incomoda a população: uma pesquisa de opinião para a televisão francesa BFMTV revelou que 61% dos eleitores franceses estão preocupados com a situação política.

A líder regional socialista Carole Dega criticou as últimas cenas do processo político como um “filme ruim”, enquanto o deputado de extrema esquerda do França Insubmissa Manuel Bompard reclamou de um “espetáculo patético”.

Macron realizou mesas-redondas com líderes de todos os principais partidos políticos, exceto o França Insubmissa de Jean-Luc Mélenchon e o Reagrupamento Nacional de Le Pen. Mas ainda não está claro se os partidos de centro-esquerda podem ser persuadidos a apoiar o governo de Bayrou.

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O Partido Socialista, o Partido Verde e o Partido Comunista romperam com os esquerdistas radicais para participar das negociações com o governo (quando Mélenchon demandou que seus aliados não entrassem numa possível coalizão, Olivier Faure, dos socialistas, disse que “quanto mais ele grita, menos ele é ouvido”). No entanto, eles deixaram claro que queriam ver um primeiro-ministro de esquerda para se juntarem a um governo de base ampla.

“Eu disse que queria alguém da esquerda e dos verdes, e Bayrou não é nem um nem outro”, disse a líder do Partido Verde, Marine Tondelier, à TV francesa na quinta-feira. Ela acrescentou que não via como o campo centrista, que perdeu as eleições parlamentares, poderia manter o cargo de primeiro-ministro.

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