Apesar da falta de reconhecimento do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o presidente eleito Joe Biden conversou nesta terça-feira, 10, por telefone com líderes de vários países europeus, como Alemanha, França e Reino Unido, que parabenizaram o democrata pela vitória nas urnas.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, congratulou o democrata pela vitória e expressou desejo de “fortalecer a relação” entre as nações, para trabalharem juntas “contra as mudanças climáticas e pela reconstrução depois da pandemia de coronavírus“. Depois, convidou o presidente eleito dos Estados Unidos à grande Conferência das Nações Unidas sobre o Clima, a COP26, que será celebrada em Glasgow no ano que vem.
O contato ocorreu depois do “soluço” pelo Twitter, em que Johnson parabenizou Biden em uma postagem reciclada, aparentemente direcionada ao presidente Trump. A mensagem, um simples bloco de texto branco e preto, tinha escritos apagados que sugerem que o premiê se preparava para parabenizar o republicano por um segundo mandato – atrás das palavras “Joe Biden”, a sombra da palavra “Trump” permaneceu visível.
Um pouco mais a leste, a chanceler alemã, Angela Merkel, também telefonou para Biden para cumprimentá-lo pela vitória nas eleições presidenciais americanas, prometendo “uma colaboração estreita, baseada na confiança”. A equipe de transição do americano informou que ele pretende fortalecer instituições como a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), atacada em diversas oportunidades pelo presidente Trump.
O porta-voz da chanceler, Steffen Seibert, informou que ela e o “presidente americano eleito entraram em acordo sobre o fato de que a colaboração transatlântica tem grande importância”. O democrata será o quarto homem no cargo desde que Merkel chegou ao poder, em 2005.
Merkel manteve relações tensas com Trump, que fez da Alemanha um de seus sacos de pancada na hora de exigir mudanças comerciais e estratégicas na relação dos Estados Unidos com a Europa.
Da mesma forma, o presidente da França, Emmanuel Macron, estendeu congratulações a Biden pela eleição. Ele já havia parabenizado o americano no sábado, sem esperar que Trump concedesse o cargo. Antes desta conversa, Macron, que chegou ao poder em 2017, nunca tinha conversado com o democrata, que foi vice-presidente de Barack Obama entre 2008 e 2016.
I spoke to @JoeBiden to congratulate him on his election. We’ll have a lot to do together to promote shared priorities – climate, global health, international security – and effective multilateral action. pic.twitter.com/h1zStqEf2J
— Emmanuel Macron (@EmmanuelMacron) November 10, 2020
Segundo um porta-voz do líder francês, ele pediu ao presidente eleito dos Estados Unidos para “trabalharem juntos” para enfrentar assuntos contemporâneos como “clima, saúde, luta contra o terrorismo e defesa dos direitos fundamentais”. Biden, por sua vez, expressou o desejo de “revitalizar os laços bilaterais e transatlânticos”, também apontando para a Otan e a União Europeia, prejudicados durante o governo Trump.
Até esta terça-feira, Joe Biden só havia conversado com o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau. Alguns líderes mundiais ainda observam sua eleição com cautela, já que Trump pretende contestar o resultado. O democrata afirmou que recusar-se a conceder o cargo é “um constrangimento” para o republicano, mas minimizou a importância da negativa.
“O fato dele não estar disposto a admitir que vencemos a esta altura não tem muitas consequências no planejamento do que poderemos fazer entre agora e janeiro”, disse Biden, em alusão à data da transição de poder, em 71 dias.
Sobre o papel do seu país no cenário internacional, Biden disse: “Sinto-me confiante em que vamos poder colocar os Estados Unidos novamente no lugar de respeito que tinham antes”.
(Com AFP)