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Macacos vivem como reis em cidade da Tailândia

A estimativa é que haja mais de 3 000 macacos que circulam livremente na cidade, situada cerca de 150 quilômetros ao norte da capital Bangcoc

Por EFE 16 jun 2018, 12h25
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  • Os símios descendentes do deus-macaco Hanuman vivem como reis na cidade de Lopburi, na Tailândia, onde são alimentados duas vezes ao dia pelas autoridades locais e passeiam tranquilamente por ruas e templos.

    A estimativa é que haja mais de 3 000 macacos na cidade, situada cerca de 150 quilômetros ao norte da capital Bangcoc, embora as maiores colônias fiquem no templo de estilo khmer Prang Sam Yot e no altar Phra Karn dedicado ao deus Vishnu.

    A razão pela qual são tolerados e até bajulados se deve à lenda segundo a qual são descendentes de Hanuman, que ajudou o príncipe Rama (avatar de Vishnu) a vencer o demônio Thotsakan, de acordo com o poema épico de origem hindu “Ramakian” (versão tailandesa do “Ramayana” indiano).

    Bandos de macacos escalam as árvores, os postes de luz e as fachadas dos prédios que têm grades nas janelas para evitar as visitas inesperadas dos animais.

    Convivência

    Em Prang Sam Yot, construído no século XIII, os macacos se banham em pequenos tanques, descansam em torno das três grandes torres do monumento ou sobem nos turistas na busca de comida ou qualquer objeto que lhes chame a atenção.

    Enquanto os devotos acendem suas velas e deixam o incenso na frente da estátua dourada de Vishnu em Phra Karn, os macacos balançam nos galhos de uma grande figueira sagrada no recinto ou se refestelam com bananas, melões e todo tipo de frutas.

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    Curiosamente, escalam do lado de fora do templo que acolhe a imagem, mas não tentam entrar.

    Quase todas as lojas têm um bastão caso os macacos se descontrolem, mas geralmente a convivência é pacífica e até são alimentados pelos moradores.

    “Convivemos há muito tempo. Estou há 40 anos aqui e sempre houve macacos. No entanto, o seu número cresceu nos últimos anos. Antes, quando cheguei, havia menos”, explicou à Agência Efe Taveesak Srisangnan, um morador de 74 anos.

    “Agora conheço todos os aspectos do seu comportamento. O mais importante é estar atentos às nossas propriedades”, acrescentou Taveesak, que dirige uma pequena loja de alimentos em frente ao altar hindu.

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    O tailandês assegurou que não odeia os macacos, embora eles às vezes mordam os aros das rodas dos carros e deixem mau cheiro por causa da urina e das fezes.

    “Quanto mais comida dão (nas lojas), mais macacos vêm. Lá urinam e defecam, deixando as lojas cheirando mal”, disse Taveesak, acrescentando que os moradores apresentam queixas às autoridades.

    História

    Segundo o “Ramakian”, Thotsakan raptou a esposa de Rama, Sida, e a levou para a ilha de Lanka, onde foi finalmente resgatada com ajuda de Hanuman, um macaco com poderes especiais, astutos e mulherengos que alcança a imortalidade.

    O próprio nome Lopburi é inspirado em um personagem deste poema épico que ilustra o ecletismo religioso na Tailândia, onde a maioria professa um budismo misturado com crenças hindus e animistas.

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    As autoridades aproveitam a presença dos descendentes de Hanuman para atrair turistas e todos os anos realizam o Festival dos Macacos no final de novembro, um grande banquete no qual participam a maioria dos macacos.

    Este evento foi realizado pela primeira vez em 1989 e foi uma iniciativa do empresário local Yongyuth Kiwattananusont.

    Plaek Thepalak, governador da província, garante que os macacos e os homens aprenderam a conviver após muitos anos de coexistência.

    “Embora (a presença de macacos) afete a vida e o trabalho das pessoas, basicamente convivem pacificamente”, disse à Efe o governador, acrescentando que as autoridades cuidam da saúde dos animais e também evitam a superpopulação.

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