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Lula defende acordo Mercosul-China após conclusão de pacto com UE

Presidente viajou a Montevidéu nesta quarta-feira para encontro com o mandatário uruguaio, Luis Lacalle Pou

Por Nathalie Hanna
Atualizado em 25 jan 2023, 16h21 - Publicado em 25 jan 2023, 16h20

Durante visita a Montevidéu, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira, 25, que concorda com as propostas de mudanças nas regras do Mercosul dadas pelo governo do presidente do Uruguai, Luís Alberto Lacalle Pou. Segundo o mandatário brasileiro, o Mercosul deve assinar um acordo comercial com a China, com negociações iniciadas assim que o bloco concluir as negociações com a União Europeia.

“Disse ao presidente Lacalle, e tenho dito aos meus ministros, que vamos intensificar as discussões e firmar este acordo com a União Europeia (UE) para que a gente possa discutir em seguida um possível acordo entre China e Mercosul, e acho que é possível”, comentou o presidente do Brasil.

O presidente ressaltou que, mesmo o Brasil tendo a China como o maior parceiro comercial, ele ainda quer “discutir com nossos amigos chineses o acordo Mercosul-China enquanto Mercosul”.

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Após participação na cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), na terça-feira 24 em Buenos Aires, Lacalle Pou disse que os acordos do país com a China e o Mercosul têm potencial para coexistir.

Fazer a negociação da proteção do Mercosul com o presidente do Uruguai foi uma das principais metas da visita de Lula a Montevidéu, já que a decisão de fazer acordos de livre comércio sem a presença da UE, especialmente com a China, pode trazer um grave problema para o Mercosul.

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Lacalle Pou expressou a satisfação com o apoio do Brasil ao “aprimoramento do Mercosul” e insistiu na necessidade do país “se abrir para o mundo”.

“Tentar fazer com todo o Mercosul, basicamente. Acho que entendo perfeitamente que o Uruguai está com suas tratativas e não tem nenhum impedimento em informar o que vem fazendo e negociando”, declarou Lacalle Pou.

O presidente do Uruguai antecipou que os dois países vão criar uma equipe técnica para ver o que “querem e precisam” na relação com a China.

Há dois anos, o Uruguai apresentou uma proposta para flexibilizar as negociações do Mercosul e permitir que países integrantes façam acordos comerciais unilaterais com terceiros. De acordo com o rascunho do documento distribuído pelo Ministério do Exterior uruguaio, a proposta estabelece que, sob algumas condições, os países integrantes poderão iniciar negociações “seja de maneira coletiva, seja de maneira individual”.

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“Os países que iniciarem negociações devem informar ao GMC (Grupo Mercado Comum), órgão executivo do Mercosul e fornecer as informações que lhes forem solicitadas. Da mesma forma, deverão manter o GMC informado sobre a evolução e progresso das negociações”, diz o texto da proposta uruguaia.

Montevidéu tem interesse em flexibilizar a atuação do bloco para contornar as burocracias – e atrasos – de negociações multilaterais, com foco em acordos com Estados Unidos e China. Embora tenha sido criado há quase três décadas, o Mercosul ainda está longe de azeitado.

Embora o bloco ainda não tenha batido o martelo sobre a proposta, ela não foi muito bem recebida. Em novembro passado, os coordenadores nacionais de Brasil, Argentina e Paraguai no Mercosul enviaram um alerta ao Uruguai após o país ter supostamente agido individualmente em busca de acordos comerciais de teor tarifário.

Em nota conjunta, Brasil, Argentina e Paraguai disseram ter informado o Uruguai que se reservam ao “direito de adotar as eventuais medidas que julgarem necessárias para a defesa de seus interesses” jurídicos e comerciais.

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