Líder do Hamas rejeita negociação de reféns até libertação de palestinos
Ao todo, 105 israelenses foram libertados durante trégua, enquanto 240 palestinos, em sua maioria mulheres e menores de idade, foram soltos de prisões
O líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, anunciou nesta terça-feira, 9, que o grupo palestino radical só libertará novos reféns depois que todos os palestinos sejam soltos das prisões israelenses, chamadas por ele de “prisões de ocupação”. Os comentários foram realizados em meio à conferência da União Internacional de Estudiosos Muçulmanos, em Doha, no Catar.
“Eles absolutamente não recuperarão os seus cativos, exceto depois de todos os nossos prisioneiros nas prisões de ocupação serem libertados”, discursou Haniyeh, acrescentando que Israel “não foi capaz de recuperar um único cativo, exceto depois que a resistência aceitou o acordo de trégua”.
A declaração difere das informações fornecidas por Tel Aviv, que alega que um dos seus soldados, sequestrado em 7 de outubro, foi resgatado pelas Forças de Defesa de Israel (FDI) em 30 de outubro. Ou seja, a recuperação teria ocorrido menos de um mês antes do início do acordo de cessar-fogo, costurado pelo Catar, que teve início em 24 de novembro e perdurou por uma semana, apesar da previsão de apenas quatro dias.
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Panorama de reféns
Ao todo, 105 pessoas foram libertadas pelo Hamas durante os sete dias de trégua, enquanto 240 palestinos, em sua maioria mulheres e menores de idade, foram soltos de prisões israelenses. Grande parte deles era mantida detida sem ter sido julgada. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, estima que 25 cativos tenham sido mortos em Gaza e que outros 107 continuam sob domínio dos combatentes radicais.
Em dezembro, autoridades envolvidas na mediação entre Israel e o Hamas afirmaram que o grupo palestino deixou de responder e dialogar sobre a continuação da libertação dos cidadãos, de diferentes nacionalidades, sequestrados. Entre eles está o israelo-brasileiro Michel Nisenbaum, de 59 anos.
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Reunião EUA-Israel
Em encontro nesta terça-feira, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, “enfatizou a importância de evitar mais danos civis e proteger a infraestrutura civil em Gaza” a Netanyahu e seu gabinete de guerra, disse o Departamento de Estado americano. Eles também teriam discutido a proposta do ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, em que seria proibido o retorno de palestinos ao norte de Gaza até a libertação do restante dos cativos.
Além disso, Blinken e Netanyahu “discutiram os esforços em curso para garantir a libertação de todos os reféns restantes e a importância de aumentar o nível de assistência humanitária que chega aos civis em Gaza”, tema também tratado no encontro com o presidente de Israel, Isaac Herzog. Na ocasião, o secretário reiterou, ainda, o “direito de Israel de garantir que os ataques terroristas de 7 de outubro não possam ser repetidos”.