Líbano está ‘com medo’ e não quer guerra com Israel, diz ministro das Relações Exteriores
Declaração ocorre um dia após uma série de pagers usados pela milícia libanesa Hezbollah explodir no Líbano e na Síria
O ministro das Relações Exteriores do Líbano, Abdallah Bou Habib, afirmou nesta quarta-feira, 18, que o país está “com medo” e que o “governo do Líbano não quer uma guerra” contra Israel. A declaração, feita em entrevista à jornalista Christiane Amanpour, da rede americana CNN, ocorre um dia após uma série de pagers usados pela milícia libanesa Hezbollah explodir no Líbano e na Síria, deixando 12 mortos e mais de 2.750 feridos, em uma ação atribuída pelo grupo a Israel.
Após o incidente, o Hezbollah, que não representa o governo libanês, prometeu uma “punição justa” contra o governo israelense, em meio ao aumento de bombardeios na fronteira entre Líbano e Israel. A milícia libanesa, financiada pelo Irã e aliada do grupo palestino radical Hamas, tem trocado disparos com tropas israelenses pela fronteira desde a eclosão do conflito em na Faixa de Gaza, em 7 de outubro.
Ainda nesta quarta-feira, novas explosões foram relatadas no local de um funeral para três membros do Hezbollah e uma criança, mortos no incidente com os pagers no dia anterior, de acordo com a agência de notícias Associated Press. O Ministério da Saúde do Líbano afirmou que um total de nove pessoas morreram e pelo menos 300 ficaram feridas, afirmando que os alvos, desta vez, foram walkie-talkies.
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‘Nova fase da guerra’
Em meio à instabilidade na região, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, anunciou “uma nova fase nesta guerra” e que tropas israelenses foram deslocadas para o norte, na fronteira com o Líbano. A mudança, segundo Gallant, teria como objetivo “devolver os moradores das cidades do norte às suas casas em segurança”.
“Acredito que estamos no início de uma nova fase nesta guerra, e precisamos nos adaptar”, disse ele à Força Aérea Israelense na Base Aérea de Ramat David. “Precisaremos de consistência ao longo do tempo, esta guerra requer grande coragem, determinação e perseverança”.
“Não esquecemos os reféns e não esquecemos nossas tarefas no sul. Este é nosso dever e estamos realizando-o ao mesmo tempo”, acrescentou.