Colômbia, Costa Rica, Canadá, Argentina, Panamá e Peru anunciaram que não vão reconhecer a Constituinte de Maduro. Já o Brasil divulgou uma nota na qual lamenta a decisão do governo venezuelano de ter seguido adiante com os planos de realizar a votação, rejeitada pela maioria dos cidadãos.
No comunicado, o governo brasileiro diz que a convocação das eleições é uma confirmação da “ruptura da ordem constitucional” na Venezuela.
As autoridades brasileiras também manifestam “grave preocupação” com a situação na Venezuela e “repúdio à violenta repressão” por parte das forças oficias do país vizinho. O Itamaraty lamentou que Maduro tenha rejeitado os pleitos da comunidade internacional pelo cancelamento da convocação de uma Constituinte. “A iniciativa do governo de Nicolás Maduro viola o direito ao sufrágio universal, desrespeita o princípio da soberania popular e confirma a ruptura da ordem constitucional na Venezuela”, diz a nota.
“A Venezuela dispõe de uma Assembleia Nacional legitimamente eleita. Empossada, a nova Assembleia Constituinte formaria uma ordem constitucional paralela, não reconhecida pela população, agravando ainda mais o impasse institucional que paralisa a Venezuela”, acrescentou o Itamaraty.
“O governo brasileiro condena o cerceamento do direito constitucional à livre manifestação e repudia a violenta repressão por parte das forças do Estado e de grupos paramilitares, como a que aconteceu ao longo do dia de hoje”, disse o Itamaraty.
Diante da gravidade do momento histórico, o Brasil fez um apelo às autoridades venezuelanas para que se disponham ao diálogo com a sociedade de seu próprio país, para pavimentar o caminho que conduza a uma transição política pacífica e para restaurar a ordem democrática, a independência dos poderes e o respeito aos direitos humanos.
Leopoldo López pede ao mundo que rejeite Constituinte
Em prisão domiciliar, o líder opositor venezuelano Leopoldo López fez um apelo à comunidade internacional neste domingo, 30, para que não reconheça a Assembleia Constituinte convocada pelo presidente Nicolás Maduro.
Em mensagens divulgadas no Twitter, López pediu aos “democratas do mundo” que não deem legitimidade à Constituinte – “assim como fez o povo venezuelano”. Ele também denunciou uma “brutal repressão” das forças de segurança contra manifestantes da oposição.
“Alertamos a comunidade internacional sobre a repressão brutal e sobre o assassinato de venezuelanos em protestos pacíficos (…). Hoje acontece a maior fraude da nossa história: ilegítima, inconstitucional, eleitoralmente viciada e em meio a uma repressão brutal”, denunciou.