Leopoldo López e sua família estão na embaixada espanhola em Caracas
Opositor estava asilado na embaixada do Chile na capital venezuelana, mas por "decisão pessoal" deixou o local
O líder opositor venezuelano Leopoldo López e sua família estão na residência do embaixador da Espanha em Caracas, Venezuela, mas “não solicitaram asilo político”, informaram nesta quarta-feira, 1º, fontes do governo espanhol. López e os seus estavam antes protegidos na embaixada do Chile.
“Diante das informações contraditórias, confirmamos de novo, em nome do governo, que o líder opositor Leopoldo López, junto com sua mulher e sua filha, se encontram na residência do embaixador da Espanha em Caracas”, destacaram as fontes.
Além disso, detalharam que López e sua família estão ali “por decisão própria” e “não solicitaram asilo político”.
O Ministério das Relações Exteriores espanhol já havia anunciado mais cedo que tanto López, como sua mulher, Lilian Tintori, e sua filha de 15 meses estão na delegação espanhola em Caracas. Na terça-feira, López foi liberado da prisão domiciliar por ordem de Guaidó e, com sua família, protegera-se na embaixada na Chile.
O chanceler chileno, Roberto Ampuero, atribuiu a mudança de López para a embaixada espanhola a “decisão pessoal”. O preso político e Tintori teriam argumentado às autoridades chilenas que ambos têm ascendência espanhola.
O dirigente opositor, preso desde 2014 que cumpriu pena de quase catorze anos de detenção em regime de prisão domiciliar, foi libertado ontem por militares por meio de um “indulto presidencial” do líder opositor Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino da Venezuela por mais de cinquenta países, entre eles a Espanha.
Guaidó convocou ontem as Forças Armadas da Venezuela a dar as costas ao presidente Nicolás Maduro e afirmou contar com o apoio de muitos militares. Até o momento, contudo, nenhum membro de alta patente das forças venezuelanas se pronunciou em favor do opositor.
López participou ao lado de Guaidó das manifestações que tomaram a capital e outras cidades do país nesta terça-feira 30. Ao menos 69 pessoas ficaram feridas nos confrontos com a polícia durante os protestos em Caracas, segundo o Salud Chacao Medical Center.
Um blindado da Guarda Nacional, força fiel a Maduro, avançou sobre uma multidão de manifestantes e atropelou vários deles. Houve disparos de tiros nas ruas, tanto de forças policiais e militares quanto de civis. Ao menos duas pessoas foram levadas a hospitais por terem sido baleadas.
Segundo a ONG Provea, um venezuelano de 24 anos, identificado como Samuel Enrique Méndez, morreu nos confrontos na cidade de La Victoria, estado de Aragua.
Após os protestos, Leopoldo López e sua família se dirigiram à residência do embaixador chileno em Caracas, mas a deixaram horas depois por “decisão pessoal” do dirigente opositor, segundo explicou o chanceler do Chile, Roberto Ampuero.
Cinco outros juízes venezuelanos também foram recebidos na residência chilena, mas conseguiram deixar o país. Atualmente, encontram-se no Chile, sob asilo político.
O Chile faz parte do Grupo de Lima, que nesta terça-feira, 30, anunciou uma reunião de emergência. Criado em 2017 por uma dúzia de países da América, incluindo o Canadá, o Grupo procura uma solução pacífica para a crise na Venezuela.
(Com EFE e AFP)