O Kremlin negou relatos de que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, havia conversado por telefone com Vladimir Putin nos últimos dias, e disse nesta segunda-feira, 11, que o líder russo ainda não tem planos concretos de falar com o próximo ocupante da Casa Branca. Anteriormente, o jornal americano The Washington Post havia reportado sobre a ligação, em que Trump teria orientado Putin a não intensificar a guerra na Ucrânia.
“Isso é completamente falso. Isso é pura ficção, é apenas informação falsa”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a repórteres. “Não houve conversa.”
“Este é o exemplo mais óbvio da qualidade das informações que estão sendo publicadas agora, às vezes até em publicações bastante respeitáveis”, completou Peskov.
Quando questionado se Putin tinha planos para entrar em contato com Trump, o porta-voz respondeu: “Ainda não há planos concretos.”
Guerra na Ucrânia
O conflito, que já dura dois anos e meio, está entrando no que algumas autoridades descrevem como sua fase final – a mais perigosa –, ao passo que as forças de Moscou avançam em ritmo mais rápido e o Ocidente estuda como interromper a guerra.
Uma escalada significativa ocorreu após a Coreia do Norte enviar soldados para a Rússia, para ajudar sua aliada no campo de batalha, e há muita tensão cercando a possibilidade de que os ucranianos recebam permissão para usar armas doadas e produzidas por nações ocidentais contra o território russo. Isso, segundo Putin, significaria “o envolvimento direto dos países da Otan, dos Estados Unidos e dos países europeus na guerra na Ucrânia”.
Durante a campanha, Trump garantiu que poderia instituir a paz na Ucrânia “em 24 horas”, mas deu poucos detalhes sobre como o faria. Antecipa-se que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, será pressionado a, em nome da paz, ceder os 20% do território ucraniano já conquistado pelos russos a Putin (um líder autoritário por quem o americano não esconde a simpatia).
Após sua vitória eleitoral, Putin parabenizou o próximo presidente dos Estados Unidos e elogiou-o por mostrar coragem após uma tentativa de assassinato que quase tirou sua vida durante um comício em Butler, na Pensilvânia, em julho. O chefe do Kremlin acrescentou que Moscou estava pronta para o diálogo com o republicano.