Kofi Annan chega à Síria para encontro com Bashar Assad
Emissário da ONU busca uma solução pacífica para a sangrenta crise no país
O enviado conjunto da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan, chegou neste sábado a Damasco, onde vai se reunir com o ditador da Síria, Bashar Assad, para buscar uma saída pacífica para a crise no país. A permanência de Annan na Síria deve durar menos de 24 horas.
“Ele deixará Damasco no domingo e se reunirá com líderes da oposição fora da Síria”, informou ontem o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. Ban esclareceu que a viagem de Annan tem três prioridades. A primeira, cessar topo tipo de violência, ‘seja da parte das forças do governo ou da oposição’. A segunda, ‘buscar uma solução política global’ para o impasse. E a terceira, ‘insistir com o presidente Assad sobre a necessidade de dar acesso à ajuda humanitária’.
Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março para protestar contra o regime de Bashar Assad, no poder há 11 anos.
- • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança, que já mataram mais de 9.400 pessoas no país.
- • A ONU alerta que a situação humanitária é crítica e investiga denúncias de crimes contra a humanidade por parte do regime.
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Antes de seguir à Síria, Annan fez uma escala de três dias no Cairo, onde manteve contatos com o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil el Araby, e o ministro das Relações Exteriores egípcio, Mohammed Amre.
Em entrevista coletiva na capital egípcia, o emissário da ONU advertiu que uma hipotética intervenção militar na Síria pioraria a situação. “Acho que qualquer aumento das operações militares causaria uma deterioração da situação e a pioraria”, avaliou ele, que aposta na continuação dos esforços diplomáticos para deter a violência na Síria e alcançar uma solução negociada.
Mortos – Enquanto isso, a violência continua no país, onde na sexta-feira morreram pelo menos 85 pessoas pela repressão das forças do regime de Assad. Mais de 7,5 mil pessoas morreram na Síria nos mais de 11 meses de rebelião contra o regime, segundo dados da ONU, embora a oposição eleve esse número a 8,5 mil.
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(Com agências EFE e France-Presse)