O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, e o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, se comprometeram com o objetivo da desnuclearização da península, ao final de uma reunião histórica hoje na fronteira entre os dois países.
“Coreia do Sul e Coreia do Norte confirmam o objetivo comum de obter, por meio de uma desnuclearização total, uma península coreana não nuclear”, informa o comunicado conjunto divulgado nesta sexta-feira 27.
A Coreia do Norte registrou um rápido avanço no programa nuclear e balístico sob o mandato de Kim, que assumiu o poder após a morte de seu pai, em 2011.
Em 2017, Pyongyang realizou o teste nuclear mais potente de sua história e lançou mísseis balísticos intercontinentais (ICBM) com capacidade de atingir o território continental dos Estados Unidos.
A cúpula desta sexta-feira foi repleta de símbolos: quando os dois governantes se encontraram, deram um aperto de mãos e, no fim do evento, trocaram um abraço. Além disso, a convite de Moon, Kim Jong-un cruzou a linha de demarcação militar entre os dois países para o lado sul. Esse ato simbólico que não acontece desde a Guerra das Coreias, há 65 anos.
“Não haverá mais guerra na península coreana”, afirma um comunicado conjunto divulgado ao final da reunião de cúpula, a primeira em mais de uma década.
O conflito bélico entre os países chegou ao fim com um armistício, mas não ao esperado tratado de paz. Agora, as duas Coreias prometem dar um fim oficial à guerra ainda neste ano. O comunicado conjunto cita a vontade das duas nações se reunirem com os Estados Unidos e talvez com a China, ambos signatários do cessar-fogo, “com o objetivo de declarar o fim da guerra e estabelecer um regime de paz permanente e sólido”.
Desta vez, o dirigente norte-coreano se comprometeu a fazer o possível para levar adiante os compromissos assumidos com o presidente sul-coreano, que visitará Pyongyang no segundo semestre.
As duas Coreias se comprometeram com uma coordenação estreita para garantir que “não se repita a história infeliz que viu os acordos intercoreanos anteriores dar em nada”, afirmou o norte-coreano. “Pode haver contragolpes, dificuldades e frustrações no caminho, mas não se pode alcançar a vitória sem dor”, completou Kim.
A reunião também abordou a questão das famílias separadas pela guerra. Os dois países “decidiram continuar com o programa de reunião de famílias separadas por ocasião do Dia de Libertação Nacional em 15 de agosto deste ano”, quando é celebrada a rendição do Japão ao final da II Guerra Mundial, informa o texto.
(Com AFP)