Foi um desastre de comunicação, estrago danado de relações públicas. E como agora retocar a imagem da realeza britânica, depois do escândalo da fotografia alterada de Kate Middleton cercada pelos filhos para comemorar o Dia das Mães, divulgada no domingo dia 10? A ideia, a rigor, era mostrar que a princesa de Gales, sumida desde janeiro, em decorrência de uma cirurgia abdominal, vai bem de saúde, leve e sorridente, pronta para o que der e vier. Não demorou, contudo, para os fiscais das redes sociais, associados a fofoqueiros de plantão, identificarem aos menos dezesseis erros na cena. Exemplos das manipulações: a mão esquerda de Charlotte aparece desalinhada e parte da manga da malha de tricô sumiu. O cabelo e o zíper do casaco de Kate — revelam o recurso de lupa — também foram alterados. O clique, feito pelo príncipe William e depois “photoshopado” pela futura rainha, seria banido dos catálogos das agências internacionais de fotografia. A retratação veio a galope: “Gostaria de expressar minhas desculpas por qualquer confusão que a fotografia tenha causado”, disse Kate. E os súditos continuam a desconhecer o que realmente houve com a nora do rei Charles III e como anda sua prolongada convalescença. E dá-lhe chuva de teorias da conspiração (houve quem dissesse que até o rosto de Kate é falso, extraído de uma antiga capa de revista de moda). “Não dá mais para confiar no Palácio”, escreveu Liz Jones, colunista do tabloide Daily Mail. “Eles acham que somos burros.” Há algo de podre no reino da Inglaterra.
Publicado em VEJA de 15 de março de 2024, edição nº 2884