Justiça dos EUA condena à prisão perpétua participante em massacre em 2007
Como funcionário da empresa de segurança privada Blackwater, Nicholas Slatten responde pela morte de 14 pessoas em Bagdá, no Iraque
A Justiça americana condenou à prisão perpétua nesta quarta-feira, 14, Nicholas Slatten, ex-funcionário da empresa de segurança privada Blackwater, por sua participação em um massacre contra civis desarmados em 2007 em Bagdá, capital do Iraque. Em dezembro passado, ele fora condenado por assassinato em primeiro grau por um júri federal em Washington.
Slatten foi declarado culpado pelo assassinato de Ahmed Haithem Ahmed Al Rubia’y, de 19 anos, que estava entre os mais de 14 civis mortos pelos integrantes de um grupo da empresa Blackwater em Bagdá em 16 de setembro de 2007.
Os agentes privados abriram fogo em uma praça movimentada, valendo-se de fuzis precisão, metralhadoras e lançadores de granadas, enquanto escoltavam um comboio diplomático. Não houve evidências de provocação prévia. No ataque, além das 14 pessoas mortas, 18 ficaram feridas. Na época, o governo iraniano insistiu que o número de vítimas era maior.
O massacre elevou a indignação dos iraquianos contra as forças dos Estados Unidos, que tinham invadido o país e derrubado o regime de Saddan Hussein quatro anos antes. Em Washington, aumentaram as críticas à crescente contratação, pelo governo, de agentes privados para atuar em zonas de conflito.
Slatten manteve-se impassível durante o anúncio da sentença e a classificou como “um erro que não será mantido”, segundo o jornal The New York Times. Este foi o terceiro julgamento de Slatten pela mesma acusação. O primeiro foi anulado, e no segundo, em 2018, o júri não chegou a um veredito unânime.