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Justiça boliviana nega recurso de Evo Morales para concorrer ao Senado

Ex-mandatário afirmou que irá acatar a decisão, que classificou como 'ilegal e inconstitucional'

Por Da Redação Atualizado em 8 set 2020, 12h22 - Publicado em 8 set 2020, 12h06
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  • A Justiça da Bolívia rejeitou nesta segunda-feira, 8, um recurso apresentado pelo ex-presidente Evo Morales para concorrer ao Senado nas eleições de 18 de outubro. O ex-mandatário afirmou que irá acatar a decisão, embora tenha classificado como “ilegal e inconstitucional”. 

    O ministro da Justiça, Álvaro Coimbra, divulgou a informação no Twitter depois que o juiz Alfredo Jaimes Terrazas confirmou a impugnação do ex-presidente, conforme determinação do Supremo Tribunal Eleitoral (TSE) em fevereiro. 

    “A democracia venceu”, celebrou o advogado Williams Bascopé, integrante da equipe jurídica que se opôs ao recurso de amparo constitucional apresentado pela defesa de Morales. Bascopé antecipou, no entanto, que o caso não está totalmente encerrado, uma vez que a decisão pode ser revista pelo Tribunal Constitucional, mas possivelmente apenas após as eleições.

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    Morales, 60, respondeu no Twitter que acata a decisão “porque nosso compromisso e prioridade é que o povo saia da crise. Não cairemos em nenhuma provocação, o povo voltará a governar a si mesmo, pacífica e democraticamente”. O ex-presidente afirmou, no entanto, que o juiz tomou sua decisão “sob ameaças e pressões”, e que a mesma foi “política, ilegal e inconstitucional”.

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    Em fevereiro, o Tribunal Superior Eleitoral já havia rejeitado o pedido de candidatura de Morales por ele não atender ao requisito de “residência permanente” na região em que seria candidato, Cochabamba. Por dois votos a um, a decisão foi mantida. 

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    Um porta-voz de Morales reforçou que o ex-presidente tem seu domicílio eleitoral em Cochabamba e que tirá-lo da corrida eleitoral é inconstitucional.

    Morales, de 60 anos, deixou o poder e o país após ser acusado de fraude nas eleições presidenciais de outubro de 2019, em meio a protestos nas ruas e uma rebelião policial. Depois de seguir ao México, o ex-presidente está desde dezembro do ano passado na Argentina. Durante esse período, teve processos abertos contra seu nome e, se voltar à Bolívia, terá que respondê-los, incluindo acusações de sedição e terrorismo. 

    Sua sucessora, a presidente interina autoproclamada Jeanine Áñez, celebrou em publicação no Twitter. 

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    A Bolívia deve dizer NÃO outra vez ao ditador, que, se retornar ao país, deverá ser unicamente para responder na Justiça pelos atropelos cometidos”. 

    O ex-presidente centrista e candidato à Presidência Carlos Mesa afirmou que “foi encerrado definitivamente o debate sobre a pretensão de Morales de se candidatar ao Senado violando a lei”.

    De Buenos Aires, Morales está chefiando a campanha eleitoral de seu partido, o Movimento ao Socialismo (MAS), que tem na figura de Luis Arce, ex-ministro de Economia, um nome forte para o novo pleito. As eleições foram adiadas duas vezes, em maio e em setembro, por conta da pandemia de Covid-19.

    Os bolivianos irão às urnas em 18 de outubro, um ano após a anulação das eleições devido às denúncias de fraude em favor de Morales. Arce e Mesa estão empatados nas pesquisas, com 23%. Jeanine Áñez fica logo atrás, com 12%. 

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