Jovens bloqueiam escolas em Paris contra violência policial
Dezesseis instituições de ensino foram fechadas com barricadas durante as manifestações, que lembraram o estupro de um jovem negro por um policial
Estudantes bloquearam com barricadas a entrada de dezesseis escolas de Paris nesta quinta-feira, em protesto contra a violência policial na França. As manifestações foram desencadeadas pelo caso do jovem negro Théo, de 22 anos, estuprado e espancado por policiais no início de fevereiro.
Alguns manifestantes entraram em conflito com as forças de segurança parisienses, que usaram gás lacrimogênio para conter secundaristas que colocaram fogo em carros, motos e lixeiras. Segundo o jornal Le Monde, nove estudantes foram detidos no subúrbio de Clichy e outros oito foram presos na Place de la Nation, no oeste da capital francesa.
Um porta-voz da polícia informou ao jornal The Guardian que esquadrões de choque estavam preparados para atuar, mas que foram poucos os incidentes violentos registrados e não há ocorrência de feridos. Os protestos foram organizados pelo grupo estudantil Movimento Inter-Lutas Independente, por meio das redes sociais, para denunciar a ocorrência de “abordagens policiais racistas”.
Três policiais estão sendo investigados por violência no caso de Théo e outro é alvo de inquérito por estupro. “Eles jogaram gás lacrimogêneo na minha cabeça, na boca, levei golpes de cassetete na cabeça. Achei que fosse morrer”, contou o jovem à emissora BFM TV. Segundo informações policiais, Théo foi violentado com um cassetete elétrico e precisou passar por cirurgia no reto.