Jornalista é condenada por aborto e sexo antes do casamento no Marrocos
Hajar Raissouni e seu namorado, Rifaat Amin, são sentenciados a um ano de prisão; caso abre debate sobre liberdade no país
A jornalista Hajar Raissouni, de 28 anos, foi condenada nesta segunda-feira, 30, pelo Tribunal de Primeira Instância de Rabat, capital do Marrocos, a um ano de prisão pelos crimes de aborto e de prática de relações sexuais sem estar casada. A mesma sentença foi aplicada ao seu namorado, Rifaat Amin.
O médico ginecologista que a atendeu, m profissional de 69 anos prestigiado na na cidade, foi condenado pela mesma corte a dois anos de prisão e outros dois mais de proibição do exercício da profissão.
Ao escutar a sentença, os familiares e amigos da jovem jornalista choraram. Além dessas três penas fixadas definitivamente, o anestesista que ajudou o médico no aborto, um homem de 83 anos, foi condenado a um ano em liberdade condicional.
O advogado de defesa Abdelmoula Marouri disse que recorrer dará sentença assim que tiver acesso à cópia do veredito. Marouri sustentou que sua cliente não havia deliberadamente abortado, mas sofrido um sangramento inesperado que resultou no aborto espontâneo.
O caso de Hajar Raissouni iniciou um debate inédito sobre as liberdades individuais, o Código Penal e os direitos das mulheres no Marrocos. Raissouni trabalha para o jornal independente Akhbar al Yaoum. Ela e seu namorado foram presos ao deixarem o consultório do ginecologista, em Rabat.
(Com EFE)