O intenso fluxo de turistas têm provocado engarrafamentos humanos no Monte Fuji, um dos principais pontos turísticos do Japão. A informação foi divulgada nesta segunda-feira, 11, pela agência de notícias Reuters. Como consequência, autoridades das províncias de Yamanashi e Shizuoka, que compartilham a montanha, estariam cogitando restringir o número de visitantes no local.
Com 3.776 metros, o monte imponente é considerado sagrado pelos japoneses, que, por sua vez, não enxergam com bons olhos o desrespeito de parte dos estrangeiros. Segundo autoridades ouvidas pela Reuters, os altos níveis de poluição são fonte central das preocupações na região. Um caminho para solucionar, em partes, o problema seria a construção, ainda sem previsão, de um sistema de bonde como meio exclusivo de acesso à montanha.
“Fuji enfrenta uma crise real”, disse um funcionário da província de Yamanashi, Masatake Izumi, a repórteres no sábado. “É incontrolável e tememos que o Monte Fuji em breve se torne tão pouco atraente que ninguém queira escalá-lo”.
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O Monte Fuji integra as paisagens protegidas legalmente pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), tendo sido listado como Patrimônio Mundial há uma década. A decisão impôs uma série de condições ao governo do Japão, incluindo o compromisso em combater como a superlotação, os danos ambientais e a mudança na paisagem, representada na construção de grandes estacionamentos para turistas.
No entanto, a popularidade desenfreada do ponto turístico tem provocado dor de cabeça para as autoridades locais. Subaru, a quinta e maior estação base, recebeu 4 milhões de visitantes neste verão, mais da metade dos registros de 2013. Apesar de constante, o trabalho dos profissionais de limpeza e de voluntários é incapaz de conter a quantidade de lixo nas trilhas e de manter os banheiros limpos.
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“Definitivamente há muitas pessoas na montanha neste momento; os números são muito maiores do que antes”, lamentou Miho Sakurai, guarda florestal no local há sete anos, ao canal americano CNN.
A “escalada à bala”, na qual alpinistas tentam escalar o ponto mais alto da montanha no nascer do sol e descer até o final do dia, também tem sido fonte de problemas para a polícia da província de Shizuoka. Segundo os agentes de segurança, os pedidos de resgates chegaram a 61 neste ano, já ultrapassando em 50% os de 2022. Turistas não japoneses seriam um quarto dos socorridos, e estariam mal equipados, sofrendo de hipotermia ou de mal da altitude.