Já são 75 os mortos e 192 desaparecidos após erupção do Vulcão de Fogo
Vulcão está em fase de "repouso ativo"
O número de mortes causadas pela violenta erupção de domingo (03) do Vulcão de Fogo na Guatemala subiu para 75, disseram na terça-feira (5) as autoridades, que divulgaram pela primeira vez o número de desaparecidos: pelo menos 192 pessoas. Explosões ainda afetam as áreas já devastadas.
“Já temos nomes e localidades onde há pessoas desaparecidas e um número: 192”, disse em entrevista coletiva o secretário da Coordenadoria para a Redução de Desastres (Conred), Sergio Cabañas. As autoridades têm o registro de 75 mortos e de milhares de pessoas desabrigadas.
Sete comunidades foram evacuadas na terça-feira pelo aumento da atividade vulcânica, após o qual se suspenderam as operações de resgate, disse a jornalistas o porta-voz da Coordenadoria para a Redução de Desastres (Conred), David de León.
De León explicou que, segundo análises de especialistas, novamente poderiam ser registrados fluxos piroclásticos – que é o resultado devastador de fortes erupções – formados de lava, água, varas e pedras que descendem do cume do colosso, de 3.763 metros de altura e situado 35 km ao sudoeste da capital.
O aumento da atividade vulcânica provocou pânico na cidade de Escuintla, perto do vulcão, onde moradores entraram em seus automóveis para fugir, provocando um caos no tráfego de veículos.
Um fotógrafo da agência AFP no local disse que se escutou um forte estrondo e depois uma grande coluna de cinzas se elevou pelos céus, o que obrigou as autoridades a evacuarem todas as pessoas que se encontravam nessa zona.
Foram retirados os socorristas, policiais e militares que realizavam tarefas de resgate de vítimas.
A busca se estenderá por vários dias, embora as autoridades tenham admitido que será quase impossível encontrar sobreviventes devido à natureza da erupção, que arrasou vários povoados próximos com uma avalanche de lava e cinzas no domingo passado.
Uma mulher de 42 anos que tinha perdido as pernas e um braço após a erupção morreu no Hospital Geral San Juan de Dios, na capital. Outros quatro menores de idade queimados serão transferidos a um hospital especializado nos Estados Unidos.
O Inacif indicou que, até o momento, apenas 17 pessoas falecidas puderam ser identificadas por meio “das impressões digitais e por características físicas”.
Além disso, a tragédia deixa 46 feridos, 3.271 evacuados e 1.877 abrigados nos departamentos de Escuintla e Sacatepéquez. Junto com o de Chimaltenango, estes são os mais afetados pela erupção vulcânica, segundo números da Conred.
Repouso ativo
O diretor do estatal Instituto de Vulcanologia, Eddy Sánchez, disse à AFP que, após a forte erupção de domingo, o vulcão liberou “muita energia” e entrou em uma fase de “repouso ativo”. Isso significa que, embora possa gerar explosões fortes, não chegariam “a ser catastróficas” nos próximos meses.
O Papa Francisco ofereceu na terça-feira “orações por todos os que sofrem as consequências desse desastre natural”.
O vulcão de Fogo havia gerado sua primeira erupção de 2018 em janeiro passado. Além disso, provocou em setembro de 2012 a última emergência por erupção no país, causando a evacuação de cerca de 10.000 habitantes assentados em povoados ao sul do vulcão.
Na Guatemala, também estão ativos os vulcões Santiaguito e Pacaya, este último a 20 km ao sul da capital.
(Com EFE e AFP)