Itália vive escassez de táxis e já sente impacto no turismo
Roma, capital italiana, só tem 7.800 taxistas e não emite licenças desde 2006
Após uma escassez de táxis na Itália neste verão que irritou diversos turistas e residentes, o governo italiano decidiu emitir mais licença para taxistas. A medida faz parte de um novo decreto que o gabinete deve aprovar na próxima segunda-feira, 7, permitindo que os municípios liberem licenças adicionais “para lidar com um aumento extraordinário da demanda” ligada a grandes eventos ou turismo em massa.
Com esse novo projeto, grandes cidades ou com aeroportos internacionais vão poder aumentar suas licenças em até 20% e os atuais taxistas terão acesso privilegiado às novas licenças de duração de até dois anos.
Em Roma e em outras cidades italianas, a escassez de táxis já ocorre há tempos, principalmente depois da chegada de aplicativos de transporte, grandes concorrentes dos taxistas, como Uber e Lyft. Segundo o ministro da Indústria, Adolfo Urso, o decreto vai abrir caminho para uma reforma significativa do setor.
“(Isso) terá de conduzir a uma maior eficiência e transparência, também tendo em conta o crescimento significativo da afluência de turistas estrangeiros e os grandes desafios que nos esperam nos próximos anos” disse Urso.
Atualmente, a capital italiana tem apenas 7.800 táxis. Desde 2006, nenhuma nova licença foi emitida. Além disso, há cerca de 1.000 carros executivos de aluguel que servem como veículos de última geração da Uber.
Em Londres, de acordo com dados de 2020, há pelo menos 19 mil táxis e 96 mil veículos particulares de aluguel rodando na cidade, por exemplo. Já Paris tem 18.500 táxis e pelo menos 30 mil carros particulares.
No início desta semana, o órgão antitruste da Itália afirmou que começou a coletar informações sobre o mau funcionamento dos serviços de táxi, dando prioridade para questões como tempo de espera, aceitação de pagamentos com cartão e uso correto de taxímetros.