Portos do sul da Itália recebem nesta segunda-feira quase 2.400 imigrantes do total de 8.300 resgatados durante os últimos quatro dias no Mar Mediterrâneo, muitos deles crianças desacompanhadas e homens com sinais de tortura.
Fontes da Guarda Costeira italiana afirmam que esta tarde chegarão ao Porto de Messina, na Sicília, aproximadamente, 1.200 imigrantes. Segundo eles, hoje, dadas as difíceis condições do mar, ainda não foi possível localizar as balsas no Mediterrâneo. Pela manhã, chegaram à Catânia, também na região da Sicília, 1.181 imigrantes a bordo do navio alemão “Rhein”, de acordo com os meios locais.
Nos últimos dias, o país também recebeu um elevado número de imigrantes em outros portos, como o da Ilha de Lampedusa e da Reggio di Calabria.
A porta-voz da Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), Carlotta Sami, explicou que, ao todo, 60 operações de salvamento com 35 embarcações estão em desenvolvimento.
Ela afirmou que o ritmo de salvamentos no fim de semana foi “muito frenético”, a tal ponto de que muitos trabalhadores humanitários e autoridades marítimas trabalharam por 40 horas. Mesmo assim, foram registradas mortes. De acordo com Carlotta, foram recuperados sete corpos, entre eles o de uma mulher grávida, mas o número final pode aumentar.
A porta-voz do Acnur, explicou que entre os resgatados há muitos meninos e homens com evidentes sinais de tortura, como queimaduras nas costas e chicotadas, após serem aprisionados na Líbia por traficantes para extorquir suas famílias.
A Itália continua registrando números recordes no que se refere à chegada de imigrantes. Segundo dados do Ministério do Interior, de 1 de janeiro a 12 de abril, 26.989 imigrantes desembarcaram na Itália, 23,8% a mais do há um ano.
(Com EFE)