Itália planeja realocar 500 mil pessoas em risco de erupção de supervulcão
Medidas de emergência e operações preventivas começaram a ser discutidas após mais de mil terremotos afetarem a região do Campi Flegrei, perto de Nápoles
A Itália começou a orquestrar nesta sexta-feira, 6, uma possível retirada em massa de mais de 500 mil pessoas que vivem em torno do supervulcão Campi Flegrei, perto de Nápoles. A região compreende diversas cidades e vilarejos, incluindo Pozzuoli, Agnano e Bacoli.
A região foi abalada por mais de 1.100 terremotos somente no mês passado, incluindo um sismo de magnitude 4,0 na última segunda-feira 2, e outro de 4,2 na semana passada – o mais forte na área em quatro décadas. As novas medidas incluem uma operação para verificar a resistência dos edifícios na área.
O Campi Flegrei é pontilhado por 24 crateras e é um vulcão muito maior que o vizinho Vesúvio, que destruiu a antiga cidade romana de Pompéia, em 79 d.C. Especialistas conectam o aumento da atividade sísmica a um fenômeno conhecido como “bradisseísmo”, quando a superfície da Terra sobe ou desce, dependendo do ciclo, em resposta ao enchimento ou esvaziamento de câmaras subterrâneas de magma.
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Vulcanologistas dizem que não há uma ameaça iminente de erupção. No entanto, o nível do solo subiu a uma taxa de 1,5 cm por mês neste ano, gerando preocupação com o impacto nos edifícios locais. O ministro da Proteção Civil, Nello Musumeci, disse que retirada de habitantes da área só ocorrerá em casos de extrema importância.
Além disso, o governo deve direcionar mais recursos para as agências locais de proteção civil, para garantir uma intervenção rápida em caso de emergência. Os aportes também serviram para financiar uma campanha de comunicação, com objetivo de aumentar a consciência do público em relação aos perigos da atividade vulcânica.
A mídia local informou que um grupo de hospitais na área iniciaria testes da operação de retirada a partir desta sexta-feira, 6, para garantir que a população fique pronta para enfrentar terremotos ou erupções.
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A última vez que Campi Flegrei entrou em erupção, na década de 1980, a atividade sísmica da explosão foi comparável à de terremotos. Naquela ocasião, 40 mil pessoas foram removidas temporariamente da cidade de Pozzuoli.
Segundo especialistas, o maior desastre envolvendo o vulcão italiano ocorreu há 39 mil anos, e pode ter levado à extinção do homem Neandertal. O magma dessa explosão foi encontrado na Groenlândia, a 4.500 quilômetros de distância.