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Israelenses libertados pelo Hamas criticam Netanyahu em ligação vazada

Áudio divulgado pela mídia israelense revela insatisfação com as ações do governo na guerra

Por Da Redação Atualizado em 6 dez 2023, 16h32 - Publicado em 6 dez 2023, 16h01

Gravações de áudio vazadas de uma reunião entre reféns israelenses libertados e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu revelaram uma raiva das pessoas pela conduta do governo. O áudio da reunião entre os reféns, parentes de detidos e o gabinete de guerra de Israel na última terça-feira, 5, foi parcialmente publicado no site de notícias israelense ynet.

Embora um acordo com o Hamas tenha permitido a libertação de dezenas de mulheres e crianças, o governo continua sob pressão para garantir a libertação dos reféns restantes e tem enfrentado dúvidas sobre o tempo necessário para chegar a um novo acordo. As Forças de Defesa de Israel (FDI) disseram na última sexta-feira, 1, que ainda há 136 reféns detidos em Gaza, incluindo 17 mulheres e crianças.

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O que dizem os reféns

No áudio vazado, uma das reféns libertadas é ouvida falando que a sua sensação era de que o governo não estava fazendo nada para o resgate.

“O fato é que eu estava num esconderijo que foi bombardeado e tivemos que ser contrabandeados para fora e ficamos feridos. Isso sem contar o helicóptero que disparou contra nós a caminho de Gaza”, disse a mulher. “Você não tem informações. O fato de termos sido bombardeados, o fato de ninguém saber nada sobre onde estávamos… Você afirma que há inteligência. Mas o fato é que estamos sendo bombardeados. O meu marido foi separado de nós três dias antes de regressarmos a Israel e ser levado para os túneis [do Hamas].”

Referindo-se aos relatos de que os militares israelenses estão considerando inundar os túneis do Hamas em Gaza, ela continua: “E vocês estão falando em encher os túneis com água do mar? Você está bombardeando a rota dos túneis na área exata onde eles estão. As meninas me perguntam onde está o pai delas. E tenho que dizer que os bandidos ainda não querem libertá-lo”.

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Outro homem relatou o que os membros da família lhe contaram depois de ser libertado.

“Eles estavam sob constante ameaça do bombardeio das FDI. Você se sentou na nossa frente e nos garantiu que isso não ameaçava a vida deles. Eles também vagam pelas ruas e não estão apenas nos túneis. Eles são montados em burros e carroças. Você não será capaz de reconhecê-los na rua e estará colocando suas vidas em risco”, disse ele.

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Condições dos reféns em Gaza

Os testemunhos dos reféns libertados lançaram luz sobre as condições em que foram mantidos. Muitos relataram sobre suprimentos e alimentos limitados e alguns disseram que não tinham conhecimento do destino dos seus entes queridos durante o cativeiro. Além disso, diversas pessoas precisaram de cuidado hospitalar quando retornaram para Israel.

Uma mulher que tinha sido refém disse na reunião que aqueles que permaneciam no cativeiro viviam “com tempo emprestado”. Segundo ela, todos passavam o dia deitados em colchões e tiveram seus óculos e aparelhos auditivos retirados.

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“Além da saúde física, sinto que os deixei num estado mental muito debilitado. Eu e aqueles que foram libertados antes de mim – era jovem e ativo, cuidei deles, ajudei-os a manter o otimismo. Eles sabem que devem sobreviver, mas estão prestes a perder a esperança.”

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A resposta de Netanyahu

Os comentários do primeiro-ministro israelense na reunião não foram divulgados, mas foram relatados pelo ynet. Diante das reclamações, Netanyahu afirma que existe uma agência de inteligência que coleta todas as informações e não está esquecendo dos reféns.

Ele ainda afirma que as negociações de libertação só foram possíveis devido ao ataque terrestre das tropas israelenses. O gabinete de Netanyahu se recusou a comentar as gravações vazadas.

“Só quando iniciamos as manobras terrestres, só então foi criada a pressão que começou a exercer os seus sinais sobre o Hamas e isso criou a possibilidade de libertação de reféns”, disse Netanyahu. “É chocante ouvir o que vocês passaram diante do nosso bombardeio e da nossa atividade, das FDI, e ainda continua.”

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