Israel reabre passagem fronteiriça com a Síria nas Colinas de Golã
Passagem entre a Síria e a Jordânia também foi restabelecida após acordos fechados durante o final de semana

A única passagem de fronteira entre a Síria e a parte das Colinas de Golã, controlada por Israel, foi reaberta nesta segunda-feira (15). O corredor de Quneitra permanecia fechado desde o final de 2014 pela deterioração do conflito sírio e a partir de agora poderá ser usada pelas forças da ONU que patrulham a região em ambos os lados.
“A passagem por enquanto está aberta a princípio para oficiais da Força das Nações Unidas de Observação da Separação (UNDOF) que estão retornando ao lugar progressivamente. No futuro, se tudo correr bem, será aberta para o trânsito de pessoas para visitas familiares e para o comércio”, anunciou um oficial do Exército que pediu para não ser identificado.
“A reabertura ajudará na implementação do acordo de 1974, que tem foco principalmente na declaração de uma área de separação, uma área desmilitarizada” entre os territórios controlados por ambos os países, afirmou o Exército israelense. O pacto citado pôs fim à Guerra do Yom Kippur, na qual Israel ocupou as Colinas de Golã da Síria.
Síria e Jordânia
A principal passagem fronteiriça entre a Síria e a Jordânia, a de Jaber-Nasib, também foi reaberta oficialmente nesta segunda.
O corredor estava bloqueado há três anos, desde que os grupos rebeldes contrários ao governo do ditador Bashar Assad tomaram o controle de parte da passagem que fica no território sírio.
A retomada da travessia de Nasib entre Síria e Jordânia facilita exportações sírias para os países árabes. O governo espera também aumentar a arrecadação ao coletar taxas de trânsito de comboios provenientes da Jordânia
As forças leais a Assa recuperaram em julho províncias do sul contíguas a Israel e Jordânia, após forçar os rebeldes a se retirarem para a região de Idlib, no norte do país.
As aberturas são resultado de acordos anunciados ao longo do final de semana.
Histórico
As Colinas do Golã foram anexadas por Israel em 1981 e o país considera a região como parte integral de seu território, mesmo sem amplo reconhecimento internacional. A área é reivindicada pelos sírios desde que Israel ocupou 1.200 km² (dos 1.800 km² totais das colinas) durante a Guerra dos Seis Dias (1967).
A Síria foi um dos países que atacaram Israel em 1973, durante a Guerra do Yom Kippur. O objetivo expresso de Damasco era retomar o território perdido na guerra anterior. Israel justifica a manutenção do Golã como parte de seu território até que haja um eventual acordo de paz com a Síria, pois a altitude das montanhas permitia aos sírios observar e atacar a partir de área elevada, deixando os israelenses vulneráveis.
(Com EFE e AFP)