Israel pede que ‘todos os civis palestinos’ deixem a Cidade de Gaza
Aeronaves distribuíram folhetos pedindo que moradores da região no norte do enclave esvaziem a 'zona de combate perigosa' e sigam em direção ao sul
Os militares israelenses ordenaram que todos os civis palestinos deixem a Cidade de Gaza e se desloquem para o sul nesta quarta-feira 10, enquanto intensificam uma ofensiva militar que matou dezenas de pessoas no norte da Faixa de Gaza.
Aeronaves distribuíram folhetos pedindo que “todos na Cidade de Gaza” sigam “rotas seguras” em direção a Deir el-Balah e az-Zawayda, mais ao sul do enclave, esvaziando a região descrita como uma “zona de combate perigosa”.
O Ministério do Interior de Gaza pediu que os habitantes locais não sigam as instruções de Israel, alegando que a ordem de retirada faz parte de uma guerra psicológica do exército israelense contra os palestinos. Estima-se que mais de 250 mil pessoas ainda estejam vivendo na Cidade de Gaza.
Na semana passada, as Forças de Defesa de Israel (FDI) já haviam ordenado que algumas áreas do sul de Gaza fossem completamente esvaziadas. As Nações Unidas afirmou que as últimas operações de evacuação “só alimentarão o sofrimento em massa para as famílias palestinas, muitas das quais foram deslocadas muitas vezes”.
Ofensiva intensificada
A ordem de retirada acontece um dia depois de um ataque aéreo israelense atingir uma escola das Nações Unidas transformada em abrigo para refugiados em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, deixando pelo menos 31 mortos, incluindo oito crianças. Esta foi a quarta vez na semana que uma bomba caiu perto ou dentro de escolas no enclave.
A ofensiva na Cidade de Gaza se intensificou desde o início desta semana, matando dezenas de pessoas no norte da Faixa de Gaza. Israel alega que a operação é necessária para “eliminar” os combatentes do Hamas e do seu grupo aliado Jihad Islâmica Palestina, que supostamente usam infraestruturas civis para atacar as forças israelenses.
Pelo menos 20 palestinos morreram em outros ataques israelenses nesta quarta-feira. A agência de notícias Associated Press informou que 12 pessoas perderam a vida no campo de refugiados de Nuseirat e outras oito numa casa em Deir al-Balah, uma área localizada dentro da “zona de segurança humanitária” onde Israel orientou que os palestinos procurassem refúgio.