Israel e o grupo militante Jihad Islâmica entraram em um cessar-fogo em Gaza nesta segunda-feira, 8, depois da maior escalada no conflito entre as duas forças em 15 meses.
A trégua, anunciada na noite de domingo 7 por ambos os lados, ocorreu cerca de 50 horas após o início da escalada, quando Israel lançou o que chamou de “ataque preventivo” contra alvos do grupo Jihad Islâmica. Durante o fim de semana, pelo menos 44 palestinos, incluindo 15 crianças e alguns militantes, foram mortos, segundo autoridades palestinas.
Em um incidente no sábado, quatro crianças estavam entre as sete pessoas mortas em uma explosão em Jabaliya, no norte de Gaza. O Ministério da Saúde palestino disse que a explosão foi causada por um ataque aéreo israelense, mas Israel rejeitou a alegação, culpando o disparo de foguetes com defeitos.
Foi o embate mais violento desde que militares israelenses e o Hamas entraram em guerra por 11 dias em maio de 2021. Desta vez, o Hamas ficou fora dos combates, embora culpem Israel pela escalada.
O gabinete do primeiro-ministro israelense agradeceu ao Egito por seus esforços de mediação, mas alertou que, se o cessar-fogo for violado, “o Estado de Israel mantém o direito de responder com firmeza”. Os termos do acordo não foram divulgados imediatamente.
Em um comunicado divulgado pelo Departamento de Estado na segunda-feira, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, elogiou o cessar-fogo.
“O acordo trará uma pausa bem-vinda para civis israelenses e palestinos e permitirá entregas críticas de combustível e outros suprimentos para Gaza”, disse o comunicado.
“Os Estados Unidos continuam dedicados ao nosso firme compromisso com a segurança de Israel e permanecerão totalmente engajados nos próximos dias para promover a paz. Continuaremos nos próximos meses trabalhando com parceiros para melhorar a qualidade de vida dos palestinos na Faixa de Gaza.”
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No domingo, militantes palestinos lançaram foguetes em direção a Jerusalém, depois que ataques aéreos israelenses em Gaza mataram um comandante militante sênior durante a noite – o segundo desde o início da operação de Israel contra a Jihad Islâmica.
Khaled Mansour, líder das operações da Jihad Islâmica no sul de Gaza, foi morto em um ataque aéreo em um prédio em Rafah, perto da fronteira com o Egito, segundo autoridades israelenses. Israel disse que Mansour foi responsável por vários ataques terroristas contra israelenses e foi o segundo comandante da Jihad Islâmica morto na operação “Amanhecer” (Tayseer Al-Jabari, chefe das operações do grupo militante no norte de Gaza, foi morto na última sexta-feira).
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A Jihad Islâmica, que é o menor dos dois principais grupos militantes em Gaza, disparou cerca de 1.175 foguetes contra Israel desde sexta-feira, de acordo com os últimos dados israelenses. As Forças de Defesa de Israel afirmou que o sistema de defesa aérea Redoma de Ferro interceptou os foguetes disparados contra Jerusalém e operava com uma taxa de sucesso de 96% nesta segunda-feira.
A presidência da Autoridade Palestina, que está sediada na Cisjordânia e tem uma influência muito limitada sobre os eventos em Gaza, condenou veementemente a operação militar de Israel e pediu uma resposta enérgica quando o Conselho de Segurança das Nações Unidas.