Israel diz ter retomado cessar-fogo em Gaza após ataques que mataram 104 palestinos
Tel Aviv e Hamas trocam acusações de violação do acordo; Bombardeios começaram depois de confusão com refém e morte de soldado israelense
Israel afirmou nesta quarta-feira, 29, que respeitará o acordo de cessar-fogo em Gaza, após uma noite de bombardeios ao enclave que deixaram 104 mortos, segundo autoridades de saúde palestinas. Enquanto isso, Tel Aviv e o Hamas trocam acusações de violação do acordo de trégua.
O Exército israelense lançou ataques aéreos contra Gaza na terça-feira 28, em retaliação a um suposto ataque terrorista que matou um de seus soldados no território. De acordo com os militares, o Hamas violou o acordo ao investir contra soldados que estavam posicionadas dentro da chamada “linha amarela”, a fronteira delimitada para a retirada de suas forças na primeira fase do cessar-fogo. Nesta manhã, o Exército disse que retomou a trégua, mas responderá com firmeza a “qualquer violação”.
O Hamas negou a responsabilidade pelo ataque às forças israelenses em Rafah, no sul de Gaza, e afirmou em um comunicado que permanece comprometido com o cessar-fogo.
Reação de Trump
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, principal fiador do acordo, afirmou que o cessar-fogo apoiado não está em risco, mesmo com os ataques e acusações mútuas de violações dos termos. “Pelo que entendi, eles (Hamas) mataram um soldado israelense”, disse o líder americano a repórteres a bordo do Air Force One, sugerindo ainda que o militar foi abatido por um franco-atirador. “Então os israelenses revidaram e devem revidar. Quando isso acontece, eles devem revidar”, acrescentou.
Quando questionado se a trégua estava ameaçada, ele respondeu que “nada vai colocá-la em risco”. “Vocês precisam entender que o Hamas é uma parte muito pequena da paz no Oriente Médio, e eles precisam se comportar.”
“Se eles (o Hamas) forem bons, ficarão felizes, e se não forem bons, serão eliminados, suas vidas serão ceifadas”, completou.
Bombas em Gaza
Nesta quarta, as autoridades de saúde de Gaza disseram que ao menos 104 palestinos morreram em decorrência dos recentes bombardeios. Entre as vítimas estão cinco pessoas que estavam em uma casa atingida no campo de refugiados de Bureij, no centro da Faixa de Gaza, quatro em um prédio no bairro de Sabra, na Cidade de Gaza, e cinco em um carro em Khan Younis.
Muitos dos corpos foram levados ao Hospital Al-Shifa, na Cidade de Gaza, onde familiares se reuniram para identificar os mortos e consolar uns aos outros. Imagens fortes foram capturadas no local, onde agências de notícias registraram presença de crianças que perderam a vida nos últimos ataques.
O acordo entrou em vigor em 10 de outubro, interrompendo dois anos de guerra desencadeada por ataques mortais liderados pelo Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023.
A questão dos reféns
Um dos principais termos da trégua, o Hamas libertou todos os vinte reféns israelenses ainda com vida em troca de quase 2 mil palestinos detidos em prisões de Israel, ao passo que as forças de Tel Aviv recuaram dentro de Gaza e interromperam sua ofensiva.
O grupo terrorista também concordou em entregar os restos mortais de todos os reféns mortos em cativeiro, mas afirmou que levará tempo para localizar e recuperar todos os corpos.
Israel acusa o Hamas de atrasar a devolução dos reféns mortos propositalmente, e a questão se tornou um dos principais pontos de atrito no cessar-fogo.
Na noite de segunda-feira, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, informou que os restos mortais entregues mais recentemente pelo grupo pertenciam a um indivíduo cujo corpo havia sido recuperado pelo Exército de Israel nas primeiras semanas da guerra. Ele acusou o Hamas de ter plantado os restos mortais do israelense em questão em um local de escavação, onde autoridades palestinas buscam pelos reféns enterrados sob escombros sob a supervisão do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), e fingido ter encontrado um corpo desaparecido.
Os militares de Israel divulgaram um vídeo de 14 minutos mostrando três homens colocando um saco branco no sítio arqueológico e, em seguida, cobrindo-o com terra e pedras. Não é possível, porém, verificar a data do clipe. O CICV disse que sua equipe desconhecia o caso, mas declarou ser “inaceitável” que uma falsa recuperação tenha sido encenada.
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