Israel ataca Gaza pela 2ª vez na semana em resposta a balões incendiários
Bombardeios iniciados na madrugada de quarta-feira e retomados nesta quinta foram os primeiros desde entrada em vigor de trégua, em 21 de maio

O Exército de Israel atacou a Faixa de Gaza nesta quinta-feira, 17, pela segunda vez na semana, após lançamento de balões incendiários por apoiadores do Hamas, que governa o enclave, em uma nova escalada de tensões na região.
Os ataques aéreos israelenses, iniciados na madrugada de quarta-feira e retomados nesta quinta, na Faixa de Gaza foram os primeiros desde 21 de maio, quando uma trégua “mútua, simultânea e incondicional” entrou em vigor, pondo fim a uma escalada de 11 dias que deixou 255 mortos no enclave e 13 em Israel.
Em publicação no Twitter, as Forças de Defesa de Israel (IDF) afirmaram que os bombardeios tinham como alvos complexos militares ligados ao grupo palestino Hamas, assim como um local de lançamento de foguetes.
Segundo o jornal Times of Israel, pelo menos oito incêndios foram provocados no sul do país nesta quinta-feira, além de outros quatro na quarta-feira, por balões incendiários lançados de Gaza.
“As IDF aumentaram sua prontidão para diversos cenários e irão continuar atacando alvos terroristas do Hamas em Gaza”, diz a publicação das Forças de Defesa. A organização é considerada terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia.
Balões incendiários são de fácil produção, à medida que consistem em balões de gás hélio amarrados a explosivos ou aparatos em chamas. Eles são lançados de Gaza em direção a território israelense.
Embora a tática seja feita há anos, a reposta dada pelo Exército israelense em Gaza é um novo agravamento. Segundo autoridades israelenses, é parte de uma mensagem ao Hamas de que qualquer provocação não será tolerada.
“Para cada ataque em Israel, assassinatos mirados e ataques em larga escala contra alvos do Hamas serão realizados”, tuitou Israel Katz, ex-ministro das Finanças, que participou de reuniões do gabinete sobre o conflito do mês passado. Segundo ele, após a trégua, “decidimos mudar as regras”. Fontes do Hamas disseram que aeronaves de reconhecimento não tripuladas das Forças de Defesa israelenses sobrevoaram o enclave por volta da meia-noite de quarta-feira, e então várias explosões foram ouvidas no sul e no centro da Faixa de Gaza. Os ataques com mísseis, como confirmado pelo Hamas e por testemunhas oculares, visaram instalações militares pertencentes às Brigadas al Qassam, a ala armada do movimento islâmico.
Organizações da resistência palestina responderam à celebração da controversa marcha na terça-feira à tarde pelas ruas de Jerusalém Oriental, que para os nacionalistas comemora a reunificação da cidade em 1967 sob a soberania israelense, enquanto para os palestinos marca o início da ocupação em Jerusalém Oriental, onde parte do desfile passou.
O “Desfile das Bandeiras” é normalmente realizado a cada 10 de maio, Dia de Jerusalém, mas neste ano teve que ser adiado quando os alarmes de ataque aéreo soaram em Jerusalém Oriental naquela data, porque o Hamas começou a disparar mísseis contra Israel, aumentando a escalada de tensão entre as partes.