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Israel aprova lei que permite fechamento de emissora Al Jazeera no país

Em nota, canal árabe ressaltou assassinato de repórteres como forma de "silenciar" trabalho jornalístico

Por Da Redação
Atualizado em 8 Maio 2024, 13h37 - Publicado em 1 abr 2024, 19h04

O Parlamento de Israel aprovou, nesta segunda-feira, 1, uma lei que permite o fechamento temporário no país da emissora catarense Al Jazeera, uma das maiores do Oriente Médio. Em postagem no X, antigo Twitter, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse pretende “agir imediatamente de acordo com a nova lei para interromper a atividade do canal”, chamado por ele de “terrorista”.

“A Al Jazeera prejudicou a segurança de Israel, participou ativamente no massacre de 7 de outubro e incitou contra os soldados israelenses (…) O canal terrorista Al Jazeera não transmitirá mais de Israel”, escreveu.

A lei, que recebeu 70 votos a favor e 10 contra, permite que o governo impeça o funcionamento de um veículo de imprensa estrangeiro caso considere que o mesmo “mina concretamente” a segurança de Israel, permitindo que as redações sejam obrigadas a fechar as portas e que os equipamentos sejam confiscados. Além disso, dá o aval para que que o sinal via satélite seja bloqueado e que o serviço seja retirado do ar na televisão e em sites que estejam alocados em servidores israelenses.

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Resposta da Al Jazeera

Em comunicado, a Al Jazeera afirmou que o governo Netanyahu iniciou “uma campanha frenética” contra o canal após os ataques de 7 de outubro, quando o grupo palestino radical Hamas lançou operações por ar, terra e mar contra Israel. Em seguida, condenou a fala “vergonhosa” do premiê e disse que é “nada mais que uma mentira perigosa e ridícula”.

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“Netanyahu não conseguiu encontrar quaisquer justificações para oferecer ao mundo para os seus ataques contínuos à Al Jazeera e à liberdade de imprensa, exceto apresentar novas mentiras e calúnias inflamatórias contra a Rede e os direitos dos seus funcionários”, acrescentou.

A declaração também trata sobre o “assassinato” de jornalistas da emissora desde o início do conflito como forma de “silenciar a Al Jazeera”. Entre as vítimas estão Shireen Abu, Akleh Samer AbuDaqqa e Hamza Al Dahdouh. Além disso, o texto relembra “o bombardeio do seu escritório em Gaza, o ataque deliberado a vários jornalistas da Al Jazeera e aos seus familiares, e a detenção e intimidação dos seus correspondentes no terreno”.

“A Al Jazeera reitera que tais acusações caluniosas não nos impedirão de continuar a nossa cobertura ousada e profissional, e reserva-se o direito de prosseguir todas as medidas legais”, concluiu a nota.

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Posicionamento dos Estados Unidos

Após a aprovação da medida, os porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, disse que a Casa Branca continuará “a deixar claro” a Israel – a quem o presidente americano, Joe Biden, estendeu apoio “sólido e inabalável” no início da guerra – que “o trabalho que a imprensa livre faz”.

“Achamos que o trabalho que a imprensa independente e livre faz é importante em todo o mundo, e muito do que sabemos sobre o que aconteceu em Gaza se deve aos repórteres que estão lá fazendo o seu trabalho, incluindo repórteres da Al Jazeera”, ponderou.

O coro foi reforçado pela secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre. Em coletiva de imprensa, ela alertou que “uma medida como essa é preocupante” e que os Estados Unidos acreditam “na liberdade de imprensa”, definindo o episódio na Knesset como “crítico”.

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