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Israel aprova acordo de cessar-fogo com Hezbollah

Trégua deve entrar em vigor já na quarta-feira, 27. Proposta patrocinada pelos EUA e França prevê retirada israelense e dos militantes do sul do Líbano

Por Da Redação 26 nov 2024, 15h34

Israel aprovou um acordo de cessar-fogo com o Hezbollah nesta terça-feira, 26, informou a televisão israelense Canal 12. A medida abre caminho para o fim das hostilidades com a milícia do Líbano com quem as forças israelenses tem travado confrontos desde o início da guerra contra o grupo terrorista palestino Hamas, em outubro passado.

A trégua deve entrar em vigor já na quarta-feira, 27. A reportagem do Canal 12 veio após o fim de uma reunião do gabinete de segurança de Israel, conduzida pelo primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, que discutiu o cessar-fogo.

Apesar do avanço diplomático, Israel intensificou dramaticamente sua campanha de ataques aéreos em Beirute nesta terça-feira. Além disso, não houve nenhuma indicação de que uma trégua no Líbano aceleraria um cessar-fogo na devastada Gaza.

O que propõe o acordo

A declaração de cessar-fogo, patrocinada pelos Estados Unidos e pela França, exige que os soldados israelenses se retirem do sul do Líbano, um reduto do Hezbollah, e que o exército libanês se posicione na região – tudo isso dentro de 60 dias. Assim, a poderosa milícia apoiada pelo Irã abandonaria a área da fronteira com Israel ao sul do Rio Litani.

Abdallah Bou Habib, o chanceler libanês, disse que o exército de seu país estaria pronto para colocar pelo menos 5 mil soldados no sul do Líbano em paralelo à retirada israelense, e que Washington pode desempenhar um papel na reconstrução da infraestrutura destruída pelos ataques israelenses.

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O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, por sua vez, relembrou nesta terça que seu país exige a aplicação efetiva por parte da ONU de um eventual cessar-fogo e mostrará “tolerância zero” em relação a qualquer infração. O acordo mantém a liberdade das forças de Tel Aviv para operar na área da fronteira para agir em autodefesa contra “ameaças iminentes” e permitir que cerca de 60 mil cidadãos deslocados pelos constantes bombardeios do Hezbollah retornem às suas casas no norte israelense, segundo a Reuters.

As negociações para encerrar os combates se concentrou em restaurar a Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU, um mecanismo que pôs fim à última grande guerra entre o Hezbollah e Israel, em 2006.

Dados do conflito

A destruição generalizada no Líbano colocou em foco um enorme, e aguardado, projeto de lei para a reconstrução do país deficitário. Estima-se que mais de 1 milhão de pessoas foram deslocadas pelo conflito, e muitas estão desabrigadas. No último ano, mais de 3.750 libaneses foram mortos, de acordo com o Ministério da Saúde do país, que não faz distinção entre civis e combatentes do Hezbollah.

Ataques da milícia libanesa mataram 45 civis no norte de Israel e nas Colinas de Golã, ocupadas por Israel. Pelo menos 73 soldados israelenses foram mortos no norte israelense, nas Colinas de Golã e em combate no sul do Líbano, de acordo com autoridades de Tel Aviv.

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