As Forças de Defesa de Israel (FDI) informaram nesta quinta-feira, 30, que assumiram o controle de uma área ao longo da fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito, conhecida como “Corredor Filadélfia”. A conquista da zona estratégica significa que os militares israelenses agora controlam toda a fronteira terrestre do enclave palestino.
O Corredor Filadélfia é uma zona intermediária, com apenas cerca de 100 metros de largura em alguns pontos, que se estende ao longo da fronteira de 13 quilômetros entre Gaza e Egito. A única outra fronteira terrestre do enclave é com Israel – o resto é mar.
Contrabando de armas
O porta-voz das FDI, contra-almirante Daniel Hagari, afirmou que o exército “estabeleceu controle operacional” do Corredor Filadélfia. Ele descreveu a área como uma “tábua de salvação” para o Hamas, através da qual o grupo terrorista palestino “contrabandeava armas regularmente para a Faixa de Gaza”.
Hagari disse ainda que o exército encontrou cerca de 20 túneis usados pelo Hamas para contrabandear armas para Gaza dentro da zona, estruturas que os soldados israelenses estariam “investigando e neutralizando”. Já a emissora egípcia Al-Qahera News citou fontes que negam as alegações, e sugeriu que Israel estava tentando “usar estas alegações para justificar a continuação da operação na cidade de Rafah e prolongar a guerra para fins políticos”.
Mais tarde, segundo reportagem do jornal americano The New York Times, Hagari acrescentou que não tinha certeza se todos os túneis passavam pelo Egito. Cairo já havia reiterado anteriormente que destruiu as estruturas que invadiam seu território, impossibilitando qualquer contrabando de armas.
Ofensiva em Rafah
Apesar de uma ordem contrária da Corte Internacional de Justiça, tribunal das Nações Unidas em Haia, Tel Aviv continuou sua ofensiva em Rafah e outros pontos do enclave palestino nesta quinta-feira, afirmando que ataques aéreos atingiram mais de 50 “alvos terroristas” no último dia. Pelo menos cinco soldados israelenses foram mortos, segundo as FDI, por emboscadas do Hamas.
Israel insiste que deve conquistar Rafah para alcançar a vitória na guerra desencadeada há mais de sete meses pelo ataque sem precedentes do Hamas contra o país, durante o qual cerca de 1.200 pessoas foram mortas e outras 252 foram sequestradas. Desde então, pelo menos 36 mil palestinos foram mortos em Gaza desde o início do conflito, de acordo com o ministério da saúde administrado pelo Hamas.